Aumentando tensões regionais e globais, China realiza 2° dia de exercícios militares perto de Taiwan

O exercício foi lançado menos de um mês depois do presidente de Taiwan, o lacaio do EUA Lai Ching-te, ter chamado a China de “uma força hostil e estrangeira” e ter apresentado 17 medidas anti-China, dentre elas a restauração de tribunais militares para casos de espionagem militar e o fortalecimento da supervisão em intercâmbios de vários tipos com a China.
Exercício usou mísseis de longo alcance com fogo real. Foto: CCTV

Aumentando tensões regionais e globais, China realiza 2° dia de exercícios militares perto de Taiwan

O exercício foi lançado menos de um mês depois do presidente de Taiwan, o lacaio do EUA Lai Ching-te, ter chamado a China de “uma força hostil e estrangeira” e ter apresentado 17 medidas anti-China, dentre elas a restauração de tribunais militares para casos de espionagem militar e o fortalecimento da supervisão em intercâmbios de vários tipos com a China.

Em uma manobra realizada em meio a tensões com Taiwan e com o objetivo de alertar o imperialismo norte-americano (Estados Unidos, EUA), a China realizou hoje o 2° dia do exercício militar Strait Thunder-2025A, que levou 71 aeronaves militares, 21 navios navais e tropas para áreas próximas à Taiwan, além de ter disparado mísseis balísticos reais em direção ao Oceano Pacífico. 

Segundo o coronel Shi Wi, porta-voz do Exército chinês, o exercício focou no controle e bloqueio dos mares e céus ao redor da ilha e em “ataques de precisão em alvos-chave”. Dentre os equipamentos militares usados, a China estreou o uso de barcaças, meganavios que podem carregar milhares de tropas, armas e veículos, sendo um elemento essencial para um conflito com Taiwan. 

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As barcaças também têm longas pernas retráteis reforçadas usadas para fixar os navios no fundo do mar quando o capitão decidir estacionar a embarcação. Isso é importante porque o navio carrega consigo uma ponte retrátil de 820 metros para conectar a embarcação à costa. Assim, o navio é uma espécie de porto, porta-aviões e quartel navegáveis. 

Os tiros de artilharia foram comandados pelo Comando do Teatro Oriental, que conduziu “exercícios de longo alcance com fogo real em áreas designadas do Mar da China Oriental”. “Os exercícios envolveram ataques de precisão em alvos simulados, como portos e instalações de energia importantes, e alcançaram os resultados pretendidos”, disse Shi.

Tensões China-Taiwan

O exercício foi lançado menos de um mês depois do presidente de Taiwan, o lacaio do EUA Lai Ching-te, ter chamado a China de “uma força hostil e estrangeira” e ter apresentado 17 medidas anti-China, dentre elas a restauração de tribunais militares para casos de espionagem militar e o fortalecimento da supervisão em intercâmbios de vários tipos com a China. Para justificar as medidas, o presidente taiwanês disse que os casos de espionagem chinesa em Taiwan triplicaram entre 2021 e 2023. 

Por outro lado, a China tem endurecido o tom em relação a Taiwan. Um representante do Estado social-fascista chinês chegou a admitir que a operação foi uma “punição severa pelas provocações desenfreadas” de Ching-te, segundo o jornal monopolista O Globo. O Comando do Teatro Oriental disse que os exercícios foram “um aviso severo e forte dissuasão contra as forças separatistas da ‘Independência de Taiwan’” e que as manobras foram “uma ação legítima e necessária para salvaguardar a soberania e a unidade nacional da China”. Em fevereiro deste ano, o ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, disse que Taiwan seria anexada “cedo ou tarde”. 

EUA em alerta

Além de Taiwan, a China busca dissuadir a atuação do imperialismo norte-americano na Ásia com o exercício em larga escala. Os exercícios ocorreram um dia depois do chefe de Defesa ianque, Pete Hegseth, prometer conter a “agressão da China” em sua primeira visita à China.

A analista burguesa Amanda Hsiao, do Grupo Eurasia, disse que “a publicidade em torno do exercício militar provavelmente também tem os Estados Unidos em mente. Eles (chineses) querem convencer a administração Trump de que Lai é um criador de problemas e, com isso, desencorajar o país de manter altos níveis de apoio a Taiwan”.

Ainda é cedo para dizer se o recado que a China quis passar foi recebido, mas é certo que o exercício fez os ianques levantarem as orelhas. O EUA condenou o exercício como “ameaças irresponsáveis da China e operações de pressão militar perto de Taiwan”. 

O Departamento de Estado do país emitiu uma declaração em que disse que “as crescentes táticas de intimidação militar da China servem apenas para exacerbar as tensões e minar a paz e a estabilidade entre os dois lados do Estreito”. E segue: “A China mostrou que não é um ator responsável e não tem problemas em colocar a segurança e a prosperidade da região em risco”. 

Estratégia na Ásia em xeque 

O alerta dos ianques não é à toa: o social-imperialismo chinês sabe que a situação do Estados Unidos é sensível. O imperialismo norte-americano está concentrando sua atuação na Ásia desde o início da década de 2010 para conter o avanço da China sobre territórios estratégicos, como Taiwan, Ilhas Fiji, Mar do Sul da China, Filipinas e Coreia do Sul. Contudo, essa estratégia foi parcialmente abalada com o início da guerra na Ucrânia – que demandou atenção e orçamento do complexo industrial-militar ianque – e ainda mais com a guerra no Oriente Médio, uma região na qual o EUA já havia considerado “hegemonizada” e não queria voltar a intervir tão diretamente por condições adversas.

A Ásia é estratégica para os ianques porque eles sabem que, se não estiverem profundamente enraizados na região, a China pode fazer uma ofensiva contra Taiwan que desestabilize toda a dominação ianque naquela parte do globo. Caso isso aconteça, o Japão terá uma justificativa para investir na sua defesa – o que atualmente é bloqueado pelo imperialismo norte-americano, que ocupou o Japão e se adonou do seu direito à defesa territorial desde o fim da Segunda Guerra Mundial – e as potências imperialistas da Europa podem se sentir encorajada à se aproximar de alguns territórios atualmente mais submetidos ao tacão ianque, como a Coreia do Sul. É por isso mesmo que o presidente ultrarreacionário ianque Donald Trump se apressou para encerrar a frente de guerra na Europa em um acordo apressado com a Rússia de Putin.

Tudo isso lança peso nas tensões imperialistas que se acumulam no sentido perigoso de uma terceira guerra mundial – que, ainda que não seja a tendência principal, avança na sua probabilidade principalmente pela ação dos provocadores e incendiários da guerra, expressos sobretudo na extrema direita e no imperialismo ianque

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