Policiais atiram covardemente contra a juventude desarmada. Imagem: Reprodução
Nota atualizada em 3 de dezembro de 2019.
Na madrugada do dia 1º de dezembro, a Polícia Militar do governador João Doria assassinou nove jovens ao atacar um baile funk que era realizado na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Os agentes de repressão encurralaram cerca de cinco mil pessoas que participavam do evento. Inicialmente, a imprensa noticiou que os jovens foram mortos por pisoteamento durante o pânico e a correria provocadas pelo ataque policial, porém denúncias feitas por moradores apontam que as mortes foram causadas por agressões físicas, spray de pimenta e bombas de gás.
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Das nove pessoas que morreram, quatro tinham menos de 18 anos e oito eram homens. O jovem mais novo tinha 14 anos e parte não era morador da comunidade. Além dos mortos, 12 jovens foram hospitalizados e, até o momento, um continua internado.
A Polícia Militar deu sua versão afirmando que agentes do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano foram alvos de disparos efetuados por dois homens quando realizavam uma operação chamada “Pancadão” na região. No entanto, inúmeros relatos de testemunhas e vítimas deixam claro que a ação policial teve o claro objetivo de aterrorizar a juventude que participava do baile. “Uma armadilha”, apontam.
Os jovens mortos em decorrência da ação assassina da polícia. Imagem: Reprodução/G1
Há relatos de muitos tiros (inclusive de armas de fogo), bombas de gás, tiros de bala de borracha, muitas pessoas passando mal e desesperadas. Vídeos filmados por moradores mostram policiais encurralando os jovens em vielas e os espancando de forma indiscriminada sem dar chances deles fugirem.
Os mortos em decorrência da ação genocida da PM foram Marcos Paulo Oliveira dos Santos, de 16 anos; Dennys Guilherme dos Santos Franca, de 16 anos; Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos; Gustavo Cruz Xavier, de 14 anos; Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos; Eduardo Silva, de 21 anos; Mateus dos Santos Costa, de 23 anos; Gabriel Rogério de Moraes, de 20 anos; e Luara Victoria de Oliveira, de 18 anos.
Este ato covarde e terrorista da PM gerou intensa revolta e centenas de moradores de Paraisópolis realizaram uma grande manifestação que percorreu ruas da região ainda no dia 1º de dezembro. Durante o ato, os habitantes da favela carregaram faixas e cartazes expressando seu ódio contra a polícia e contra a política de extermínio que é lavada a cabo contra os pobres em SP e em todo o Brasil.
Manifestantes protestam nas ruas de Paraisópolis contra extermínio da juventude pobre. Foto: Marlene Bergamo/Folhapress