Cerca de 18 famílias da comunidade Gabriel Filho foram despejadas de terras que ocupavam há dez anos no município de Palmeirante, Tocantins, no dia 17 de abril. Os camponeses abandonaram a área sob forte coerção de 15 policiais militares fortemente armados.
O juiz da Comarca de Filadélfia, Fabiano Ribeiro, expediu o mandado de reintegração de posse em benefício do latifundiário Paulo Freitas, que nunca exerceu a posse da área e acompanhou de perto o despejo. O latifundiário responde a um processo criminal pelo assassinato da liderança camponesa Gabriel Filho em 2010.
Além de serem despejados injustamente do latifúndio, os camponeses não receberam sequer um caminhão para transportar os seus pertences. As famílias resolveram montar um acampamento em uma área vizinha.
“Tenho a mandioca ainda para colher, tenho 15 mil pés de abacaxi. Vai fazer o que? Minha vida era toda aqui, minha e da minha família. Minhas meninas cresceram todas aqui, tenho menina que casou aqui também. Já perdemos até um bebê aqui. Quando ficou sabendo que vinha [a operação de despejo], ela passou mal e perdeu o bebê”, denunciou Eulina da Silva Souza, moradora há quase 11 anos da comunidade.
Segundo denúncias das famílias a Comissão Pastoral da Terra (CPT), no dia seguinte ao despejo foram ouvidos disparos vindos da sede da fazenda.