Policiais jogam corpo de indígena assassinado em carroceria. Foto: Reprodução
No dia 16 de setembro, policiais civis dos estados do Tocantins e Mato Grosso assassinaram o indígena Lourenço Rosemar Filho de Mello, do povo Iny-Karajá, na aldeia Santa Isabel do Morro, localizada no Parque Indígena do Araguaia, em Lagoa da Confusão, Tocantins. O assassinato ocorreu em meio a uma operação policial que contava com a presença da Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com as denúncias do povo Iny-Karajá, policiais fortemente armados, que contavam com apoio de um helicóptero, invadiram a aldeia e alvejaram Lourenço, de 39 anos, em frente aos seus familiares e de toda a comunidade, mesmo após este ter se rendido. Em seguida o corpo do indígena foi atirado na carroceria de uma caminhonete pelos policiais enquanto a comunidade gritava em desespero, o momento foi registrado em vídeo.
Assista o vídeo:
A presença da Funai causou indignação nos aldeados que denunciam as posições tomadas pelo órgão em meio ao agravamento dos conflitos envolvendo os povos indígenas.
“Tanta coisa, tanta necessidade que o nosso povo passa na assistência, como tirar documentação, ir no INSS, ir em lugares no nosso município, que é tão distante, e muitos anos a gente vem dependendo da Sesai e a Sesai vem fazendo o papel da Funai, porque a Funai não faz absolutamente nada nesses últimos anos”, disse uma das lideranças da aldeia em entrevista ao portal MPopular após denunciar o acompanhamento do assassinato pelo órgão.