Representantes indigenas mobilizados em frente à sede do MPF em Palmas, Tocantis. Foto: CIMI-Regional-Goiás/Tocantins.
Diversas etnias indígenas realizaram uma manifestação em frente à sede do Ministério Público Federal, no dia 22 de fevereiro, em Palmas, capital de Tocantins. Os indígenas organizaram-se em geral pela defesa de direito à seus territórios tradicionais e, em particular, contra a Medida Provisória 870/2019 do reacionário governo de Jair Bolsonaro, que coloca os processos de identificação e demarcação de terras indígenas realizados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura, dirigido diretamente pela classe dos latifundiários, principais inimigos dos povos indígenas no Brasil.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) noticiou que estavam presentes na manifestação representantes dos povos indígenas Apinajé, Karajá Xambioá, Krahô, Xerente, Krahô-Kanela, Avá-Canoeiro e Krahô-Taykawra, todos do estado do Tocantins.
“Durante a audiência, as lideranças indígenas mostraram sua indignação e preocupação com as medidas do governo Bolsonaro”, relatou a entidade. “Suas colocações eram para a defesa das suas culturas, línguas, direitos e territórios. Deixaram claro que vão acompanhar de perto e permanentemente mobilizados as decisões do governo, e que não vão permitir que o atual governo acabe com os direitos que com tanto suor, sangue e dor conquistaram.”, conclui em nota publicada em seu site no dia 25 de fevereiro.
Os representantes indígenas participariam também de uma audiência, na qual protocolaram uma representação contra a Medida 870 e “fizeram várias denúncias sobre a precariedade no atendimento à saúde, educação e manutenção de estrada internas nas terras indígenas”.
Os povos indígenas do Tocantins afirmaram que irão se manter em “mobilização e luta permanentes” pelos seus direitos e seguem lutando e resistindo junto aos camponeses, quilombolas, quebradeiras de coco, pescadores, e todo o povo.