‘Trabalhador não é gado para ser amassado’, diz familiar de homem assassinado pela empresa de metrô Via Mobilidade

"Para mim, não é um acidente", disse o pai, Lourivaldo dos Santos, ao monopólio de imprensa Folha de São Paulo. "O metrô não podia circular nesse momento. Por que [a porta] fechou e acabou com o meu filho?".

‘Trabalhador não é gado para ser amassado’, diz familiar de homem assassinado pela empresa de metrô Via Mobilidade

"Para mim, não é um acidente", disse o pai, Lourivaldo dos Santos, ao monopólio de imprensa Folha de São Paulo. "O metrô não podia circular nesse momento. Por que [a porta] fechou e acabou com o meu filho?".

Em espírito de revolta, familiares do trabalhador Lourivaldo Ferreira da Silva Nepomuceno, assassinado pela negligência da empresa Via Mobilidade, exigiram justiça durante o enterro do homem no dia 8 de maio. Lourivaldo morreu no vão entre o trem e a porta de segurança da plataforma da estação Campo Limpo do Metrô, que continua a funcionar normalmente após o ocorrido.

“Para mim, não é um acidente”, disse o pai, Lourivaldo dos Santos, ao monopólio de imprensa Folha de São Paulo. “O metrô não podia circular nesse momento. Por que [a porta] fechou e acabou com o meu filho?”.

Lourivaldo era repositor de supermercado, estudante de educação física, marido e pai de três filhos. Ele tinha 35 anos e ia fazer aniversário no dia 11 de maio, Dia das Mães.

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O metrô voltou a funcionar no mesmo dia. O assassinato de Lourivaldo ocorreu logo de manhã. Duas horas depois, funcionários da limpeza foram obrigados a higienizar o local para que a estação voltasse a funcionar.

A empresa Via Mobilidade disse que cumpriu uma lei federal que diz que as operações das linhas devem ser reestabelecidas o mais rápido possível. Contudo, uma retomada tão rápida das atividades compromete uma perícia de qualidade na cena do assassinato. Os próprios equipamentos da empresa devem ser periciados para avaliar por que nenhum mecanismo de segurança impediu que o metrô partisse com o trabalhador prensado.

O primo de Lourivaldo, Caio Freitas, também está revoltado e defende a interdição da linha. “Trabalhador não é gado para ser amassado em metrô. A gente pede pelo menos que vá trabalhar com dignidade e volte com segurança”, disse ele ao mesmo monopólio de imprensa. “Como está funcionando uma linha que acabou de deixar uma tragédia na nossa família? Por que o metrô não foi interditado?”, declarou.

Metrô precário

No dia do assassinato, a empresa emitiu uma nota curta sobre o assassinato. A Via Mobilidade não comentou o estado dos trens, que vivem lotados, e nem a falta de profissionais para ajudar os passageiros a embarcarem. O pai de Lourivaldo disse à CNN que o filho era atento e acostumado a andar de metrô.

As falhas no transporte público, resultado da precarização, têm sido cada vez mais comuns. No dia 06/05, dois metrôs da Linha 15-Prata do monotrilho quase colidiram. Os passageiros foram forçados a descer e andar sobre a plataforma elevada até um outro local.

O funcionamento precário dos metrôs no dia a dia não é por incapacidade, e sim por escolha dos bilionários. Durante o festival do Lollapalloza, a Via Mobilidade disponibilizou trens exclusivos para levar os passageiros aos shows. Depois da festança, a rotina do transporte precário foi retomada.

Mesmo com as inúmeras falhas nos trens e metrôs geridos pela ViaMobilidade, o contrato bilionário de concessão das linhas continua intacto. Mais do que isso, o governador Tarcísio de Freitas irá garantir exclusividade ao grupo CCR (empresa matriz da ViaMobilidade) no leilão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM, em um contrato de R$ 14,3 bilhões.

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