Reproduzimos uma matéria do jornal The Worker
Os 33.000 trabalhadores grevistas da Boeing votaram contra o último acordo provisório na quarta-feira, com um voto de 64% de NÃO. Isso significa que a luta continua para os trabalhadores de Washington, onde está localizada a maioria das instalações de produção sindicalizadas da Boeing.
O contrato rejeitado pelas bases na quarta-feira oferecia um aumento salarial de 35% ao longo da vigência do acordo, ainda aquém dos 40% exigidos pelo sindicato, e, criticamente, não restabelecia as aposentadorias retiradas dos trabalhadores há uma década. Os trabalhadores, organizados sob a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, local 751 (IAM751), estão em greve contra o monopólio aeroespacial e militar desde meados de setembro, quando rejeitaram por esmagadora maioria a primeira proposta de contrato da Boeing, que na época foi endossada pela burocracia da IAM como a melhor proposta que poderiam obter sem uma greve.
A cúpula do sindicato se recusou a endossar o mais recente acordo provisório (TA), ao contrário do TA anterior, em que os trabalhadores se manifestaram a favor do NÃO com cartazes que diziam “Contrato de venda”. As pensões e os salários não são os únicos problemas: durante a apresentação do último TA pelo presidente da IAM751, Jon Holden, no Zoom, um trabalhador comentou: “Essa oferta é insuficiente, acabem com as horas extras e precisamos de mais folgas”, enquanto os trabalhadores da base nas mídias sociais afirmam que a progressão para o salário mais alto é muito lenta, o que leva à falta de aprovação dos novos contratados. A cúpula do sindicato havia se gabado de que o último TA reduziu as horas extras obrigatórias, mas a linguagem do contrato permitia que a empresa anulasse a redução à vontade.
A Casa Branca enviou a Secretária do Trabalho, Julie Su, para resolver a greve e fazer com que os trabalhadores voltassem à linha de produção do monopólio, com Holden admitindo que grande parte do último TA foi obra de Su.
A Boeing está se recuperando de escândalo após escândalo em meio à crise econômica capitalista geral e tentou recuperar sua taxa de lucro em declínio, demitindo os trabalhadores em um ritmo frenético enquanto investia em novas instalações de produção não sindicalizadas no sul dos EUA. A empresa está sofrendo uma hemorragia estimada em US$ 4 a 5 bilhões por mês com a greve, de acordo com um executivo da Boeing, enquanto os trabalhadores estão sobrevivendo com o pagamento de US$ 250 por semana da burocracia sindical.