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No último dia 23 de outubro, cerca de 70% dos trabalhadores de todas as unidades de saúde estaduais de Roraima paralisaram por 24h suas atividades exigindo melhores salários e condições de trabalho.
Um ato, iniciado por volta das 7h daquele dia, deu o tom da exigência da categoria. Com faixas e palavras de ordem na porta do Hospital Geral de Roraima, o maior do estado, os trabalhadores denunciaram as precárias condições de trabalho, baixos salários, falta de medicamentos, entre outros problemas.
Esse foi o segundo ato realizado em 2019, pois, em fevereiro, os trabalhadores já denunciavam esse cenário caótico, além da redução de 18% para 12% do orçamento estadual para a saúde.
Pacientes denunciam precarização
Os pacientes e acompanhantes do Hospital Materno Infantil denunciam que a unidade não está realizando o “teste da orelhinha” há cerca de dois meses por falta de manutenção no aparelho. Tal teste é fundamental para identificação de graves doenças.
Uma mãe trabalhadora, que preferiu não se identificar, denunciou à nossa reportagem que seu afilhado nasceu há cerca de um mês, porém até hoje ainda não realizou o teste.
Já a trabalhadora Ana Peixoto, 19 anos, mãe de uma criança que do teste, indagou: “É uma vergonha, porque já era para isso estar consertado, principalmente pelo tanto de crianças que está nascendo. Vou ficar sem exame por causa disso?”.
Ela denunciou também outras situações de precarização que colocam em risco a vida das mães trabalhadoras e seus filhos. “Depois da minha cesárea, tive que esperar quase que morrendo de dor, com risco dos meus pontos estourarem, porque não tinha maca e nem lugar para eu ficar. Tava muito imundo, tinha lodo para tudo quanto é lado. A gente preferiu esperar o dia seguinte, quando fomos liberados, para dar banho nele em casa. Está uma situação bem precária”, diz.