Trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp entram em greve e rechaçam projeto privatista de Tarcísio de Freitas

Trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp entram em greve contra privatizações e terceirizações de governo de Tarcísio de Freitas.
Ato unificado de metroviários, ferroviários e trabalhadores da Sabesp

Trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp entram em greve e rechaçam projeto privatista de Tarcísio de Freitas

Trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp entram em greve contra privatizações e terceirizações de governo de Tarcísio de Freitas.

No dia 3 de outubro, trabalhadores do Metrô de São Paulo, da CPTM e da Sabesp deflagraram uma greve unificada contra o processo de privatização e terceirização levado a cabo pelo governador reacionário Tarcísio de Freitas. Os trabalhadores decidiram pela greve após realizarem uma assembleia unificada das três categorias. Esta é a maior mobilização do ano envolvendo as três categorias de trabalhadores, que denunciam a concessão criminosa dos serviços públicos à iniciativa privada. 

Em declaração dada logo nas primeiras horas da greve, Tarcísio condenou a greve dos metroviários, ferroviários e trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente de São Paulo: “ilegal e abusiva”. Também afirmou que o processo de privatização dos serviços públicos foi “respaldado nas urnas” – referindo-se à sua vitória no curso da farsa eleitoral de 2022. Entretanto, uma pesquisa do Datafolha divulgada no início de 2023 revelou que 53% da população é contra o projeto privatista do governador. Desesperado pela paralisação dos trabalhadores que em poucas horas fez tremer toda a reação, o governador ainda defendeu as privatizações afirmando a mesma ladainha: “O fato de que as linhas privatizadas estão funcionando é sinal de que estamos no caminho certo [de privatizar]”.

O governo de São Paulo, em sua demagogia privatista e reacionária, ainda criminalizou a luta desenvolvida pelos trabalhadores afirmando que a greve “ameaça o direito de ir e vir da população”. Em contrapartida, os trabalhadores propuseram voltar a trabalhar se as catracas fossem liberadas para o uso da população, o que não aconteceu, revelando que o interesse de Tarcísio não é com o povo trabalhador, mas sim com o lucro dos empresários.

Os trabalhadores das categorias em greve denunciam que as privatizações em curso não representam somente o desmonte dos serviços públicos, mas também a precarização das relações de trabalho. O Sindicato dos Metroviários e Metroviárias, em contraste a declaração de Tarcísio de Freitas, denunciou em carta aberta que o avanço da privatização das linhas de metrô não significa melhora nos serviços nem nas relações trabalhistas, mas sim a entrega aberta de dinheiro público aos interesses dos empresários, bem como o encarecimento das tarifas e o criminoso corte de água às famílias mais empobrecidas do estado de São Paulo. Os trabalhadores ainda denunciam que as linhas privatizadas sofrem o triplo de descarrilamentos, o que compromete a segurança da população. 

O processo de privatização e terceirização dos serviços públicos é motivo de denúncia há anos por diversas categorias de trabalhadores. Uma vez que tais serviços sofrem processo de privatização – cujas relações de trabalho ainda são regidas pela reforma trabalhista de Temer, tais trabalhadores sofrem com o aumento da exploração e de condições de trabalho mais precárias, o cerceamento de direitos democráticos (como o de livre organização e greve) e a infinitude de assédios dos quais sofrem cotidianamente. 

Os trabalhadores realizarão, na noite do próprio dia 3 de outubro, uma nova assembleia para decidir a continuação da luta caso o governo de São Paulo não recue com as medidas de privatização e terceirização da categoria. 

Além da greve deflagrada pelos metroviários, ferroviários e trabalhadores de águas, esgotos e meio ambiente, os metalúrgicos da Embraer, em São José dos Campos, também entraram em estado de greve na manhã do mesmo dia. Os trabalhadores reivindicaram o reajuste de salários acima da inflação e a renovação da convenção coletiva. Ao final da manhã, a categoria finalizou a greve ao conquistar as demandas exigidas. 

Esta onda de greves de trabalhadores no estado de São Paulo é sinal de um momento de efervescência das massas populares em luta para a defesa de seus direitos. A greve deflagrada hoje também conclama o apoio de estudantes e demais categorias de trabalhadores que dependem dos serviços públicos, e soma-se à greve de estudantes e professores da Universidade de São Paulo (USP).

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: