Os primeiros 100 dias do latifundiário prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), foram marcados por violentos ataques aos direitos do povo e repressão às massas que decidiram lutar contra a retirada de seus direitos.
Logo nos primeiros dias de governo, Mabel assinou uma série de decretos que, entre várias medidas de austeridade, suspende o pagamento de adicionais e gratificações aos servidores municipais de todas as pastas do município, acarretando no aumento da precarização das condições de trabalho desses servidores.
Ataque ao funcionalismo público
O pagamento da Gratificação por Produtividade (GDI) ajudava a cobrir o déficit de pessoal do executivo municipal, possibilitando que diversos profissionais trabalhassem em mais de um turno, favorecendo a execução de melhores serviços para a população nas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social.
Em 100 dias de governo, Mabel e sua secretária de Educação, Giselle Pereira Campos Faria, não tomaram nenhuma decisão para resolver os problemas dos trabalhadores da educação, especialmente a categoria dos Administrativos, que se encontra há quase dois anos em luta por um plano de carreira e salário melhor. Em resposta, a categoria aprovou um indicativo de greve e protestou, no dia 10 de abril, na porta da Secretaria de Educação.
Os trabalhadores também denunciam a contínua prática de assédio por parte do prefeito e seu secretariado contra servidores no exercício de sua função. Segundo as denúncias, a equipe faz visitas “surpresas” em unidades de saúde, educação e assistência social com o objetivo de constranger os servidores e manchar a imagem deles frente ao povo que usa os serviços precários, escondendo a responsabilidade do governo na precarização.
Mabel ataca camelôs
Mabel também nomeou os trabalhadores informais da capital (camelôs e ambulantes) como inimigos. Logo no início do governo, ele proibiu a circulação de vendedores ambulantes na movimentada região da 44 e mobilizou a Guarda Metropolitana para disparar balas de borracha e bombas de efeito moral contra quem desafiasse a medida.
A repressão também se fez presente quando esses mesmos trabalhadores foram protestar diante de uma audiência pública com a presença de Mabel na Câmara de Vereadores, realizada no dia 08/04.
Desmoralização
Os ataques aos direitos do povo tendem a diminuir ainda mais a legitimidade de Mabel, que já não é respeitado. Ele foi eleito com um número de votos menor do que a quantidade de pessoas que se abstiveram ou votaram nulo ou em branco.
Ao considerar somente as abstenções, Mabel “ganhou” por 0,32%. Com 353.518 abstenções, Goiânia teve a segunda maior taxa de abstenções no País naquelas eleições. Nos próximos meses, a tendência é que os protestos continuem a crescer na cidade contra o prefeito reacionário e sua equipe.