Tropas israelenses voltam a invadir Gaza; Hamas condena violação do ‘cessar-fogo’ e aponta ‘crise interna’ em Israel

Imagem: Omar AL-QATTAA / AFP

Tropas israelenses voltam a invadir Gaza; Hamas condena violação do ‘cessar-fogo’ e aponta ‘crise interna’ em Israel

As forças de ocupação israelenses anunciaram hoje (19/3) a retomada das operações terrestres na Faixa de Gaza após o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciar que os bombardeios terroristas, responsáveis pela morte de mais de 970 palestinos nas últimas 48 horas, foram “apenas o começo” de uma nova escalada da guerra.

O exército sionista voltou a invadir com tropas e tanques a Faixa de Gaza através do Corredor de Netzarim, local fundamental para a passagem de civis da Cidade de Gaza deslocados forçadamente durante as campanhas de bombardeios israelenses.

A possibilidade já era considerada pelo governo local devido à escassez de medicamentos e outros insumos médicos, resultado de anos de isolamento forçado, ataques a hospitais e ao bloqueio à entrada de ajuda humanitária durante o cessar-fogo. 

O movimento Hamas respondeu à retomada do genocídio com uma declaração em que afirma que a “incursão terrestre no centro de Gaza é uma nova e perigosa violação do acordo de cessar-fogo.” O movimento de resistência nacional também reafirmou seu compromisso com o acordo estabelecido em 19 de janeiro, apelando “às partes mediadoras para que obriguem Netanyahu a recuar nas violações e o responsabilizem por quaisquer repercussões.  

O Hamas afirmou ainda que os ataques e ameaças sionistas revelam “a profundidade da crise enfrentada pelo governo de Netanyahu”. A crise interna de Israel, impulsionada pela Operação Dilúvio de Al-Aqsa, ganhou novos patamares após o primeiro-ministro israelense demitir o chefe de Serviço Geral de Segurança de Israel (Shin Bet), Ronen Bar, acusando-o que querer reformar o Shin Bet após “o fracasso” do 7 de Outubro. Ronen Bar inicialmente recusou a demissão e, depois, apresentou condições para deixar o cargo.  

Outro ponto sensível para o regime israelense é a revolta dos próprios colonos. Após os ataques covardes na madrugada do último 17/3, israelenses que vivem no território ocupado protestaram contra a centralização de poder promovida por Netanyahu e acusaram o primeiro-ministro de arruinar as negociações para a troca de prisioneiros, rifando suas vidas.

Atualmente, a Resistência Palestina mantém 50 prisioneiros de guerra, usados pelos palestinos para negociar a libertação de milhares de palestinos, crianças e anciãos, bem como heróis da luta de libertação palestina, sequestrados e torturados em prisões militares israelenses.

Resistência Palestina segue mobilizada

Apesar de Israel ter promovido um covarde rompimento do acordo de cessar-fogo, a Resistência Nacional Palestina se encontra longe de estar desmobilizada. Nas últimas horas, o Batalhão de Nablus das Brigadas Al-Quds, força militar da Jihad Islâmica Palestina, em ação coordenada na Cisjordânia, atacou as forças de ocupação e os veículos que estavam invadindo o Campo de Refugiados de Al-Ein, segundo informações do Palestine Chronicle.

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