Trump e a cereja do bolo

Donald Trump. Foto: Mike Segar.

Trump e a cereja do bolo

Todo ianque tem um caubói dentro de si. Trump, logo depois que a bala atingiu de raspão sua orelha, fez pose de John Wayne. Rosto crispado, resoluto, no melhor estilo dos bangue-bangues. Significando arrogantemente: ‘não se preocupem, continuo aqui e vou proteger vocês’. Uma parcela da população deve ter se lastimado: ‘Não se fazem mais snipers como antigamente’. 

Defensor dos milionários, supremacistas e armamentistas, virou herói. Punho levantado, rosto com fiozinhos de sangue, deve ter se sentido, quem sabe, um mártir. Mártir da ‘paz americana’ que o USA distribui pelo planeta. Mártir para seus correligionários que matam crianças em seu próprio país e ajudam a assassinar vinte mil delas na Palestina.  

O monopólio de imprensa correu para criar uma celeuma universal, contente de mais uma oportunidade da qual se aproveitar para vender jornais. Estava consolidada a liderança de Trump nas eleições próximas. Biden acordou de seu cochilo decrépito e aproveitou para dizer palavras de conforto, tentar capitalizar em cima e afiançar a seus eleitores: ‘Não fui eu’.

Os chamados líderes do planeta se apressaram em manifestar sua solidariedade. Haja vista Zelensky que espera que a Otan e Trump vençam a guerra por ele e pela Ucrânia. Parafraseando Garrincha, só falta perguntar o que os russos acham. Eles todos se esquecem que, ao fim e ao cabo, quem lidera são as massas e seus legítimos representantes. E que a resistência da massa ucraniana deve estar organizada, submersa. Não nos esqueçamos: a História dá saltos.  

No Brasil, os bolsonaristas se regozijam e se sentem fortalecidos pela ilustre companhia em atentados. Não poderia ser nada melhor para seus intuitos cruéis e hipócritas e já planejam ida para a posse de Trump. Os iguais se juntam. 

O genocídio na Palestina continua – escolas, residências constantemente bombardeadas, e crianças massacradas -, mas ofuscado pelo atentado feito por um garoto mal saído da puberdade e com direito a um rifle, bullying e ideias confusas. Ou será que tudo isso foi planejado pela CIA e FBI? Ou por meia dúzia de fascistas locais? As teorias de conspiração correm soltas. 

O imperialismo ianque faz qualquer negócio para continuar a ter lucro e poder, e a defender seus interesses. Trump é seu representante maior, no momento. Ou a ponta do iceberg, para continuar a política imoral e desumana na Palestina e no planeta. Este período deve ser, oficialmente, o melhor de sua campanha à presidência. Ele está degustando seu bolo de vitória, com cereja e tudo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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