Trump é eleito no EUA; crise política tende a agravar

Primeiro discurso de Trump foi marcado por promessa de "combate ao inimigo interno" e à "ameaça comunista". Enquanto isso, crise econômica e política no EUA tendem a piorar.
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Trump venceu nova edição da farsa eleitoral ianque. Foto: WinMcnee/GettyImages
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Trump é eleito no EUA; crise política tende a agravar

Primeiro discurso de Trump foi marcado por promessa de "combate ao inimigo interno" e à "ameaça comunista". Enquanto isso, crise econômica e política no EUA tendem a piorar.

O ex-presidente ultrarreacionário do Estados Unidos (EUA), Donald Trump, foi reeleito hoje (6/11) para a Presidência do país, segundo uma confirmação oficial que chegou ao Brasil em torno de 7h30 do horário local. A gestão de Trump tende a não resolver as questões fundamentais que afetam o povo norte-americano e a agravar a crise política em curso, expressão da própria crise geral do imperialismo.

A tendência à vitória de Trump já era observada desde antes da abertura das sessões de votações, mas se fortaleceu na madrugada de hoje, quando o ulrarreacionário superou os votos de Kamala Harris nos estados-pêndulo (onde eleitores oscilam na escolha de “democratas” ou republicanos) da Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte. Foi a vitória em Winsconsin que selou a vitória do ultrarreacionário.

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A contagem dos votos ainda está em andamento. No momento da redação desta matéria (8h50 de Brasília), Trump conta com 71 milhões de votos, enquanto Harris soma 66 milhões. O número de abstenções, que foi uma grande preocupação dos reacionários esse ano, ainda será computado; o esperado, contudo, é de que continue alto, depois de anos de aumento. O jornal norte-americano The Worker noticiou como determinados setores, como ativistas pró-Palestina, optaram pelo boicote na farsa eleitoral deste ano.

Ameaças reacionárias

No primeiro discurso, Trump repetiu os clássicos bordões chauvinistas de “fazer a América grande”. O ultrarreacionário também se referiu à necessidade de “combater o inimigo interno” e a “ameaça comunista”, em referência aos reacionários do partido “Democrata”, mas, no fundo, também como ameaça clara aos setores verdadeiramente progressistas do país, como os revolucionários norte-americanos, massas pró-Palestina e a juventude radicalizada que se identifica com a luta antifascista sob o termo “antifa”. Nos últimos anos, Trump lançou várias ameaças aos “antifa”.

As ameaças já sinalizam o rumo à reacionarização que marcará a gestão de Trump, oficializada num momento crítico da política ianque. A própria corrida eleitoral foi marcada por episódios que não ocorriam desde a Guerra Fria, como a patranha da tentativa de assassinato de Donald Trump, produto e impulsionador da crise política em curso, e usada pelo ultrarreacionário para capitalizar a própria campanha.

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Problemas continuarão com Trump

Enquanto isso, os problemas motores da crise econômica no EUA, ligados à própria crise geral do imperialismo, não serão resolvidos pelo chefete da extrema-direita norte-americana.

Na economia, não há plano concreto do magnata para resolver os problemas econômicos que afetam o EUA, como a inflação acima da meta, os juros elevados, a dívida pública astronômica e um ritmo econômico que aponta para uma crise de superprodução. Na última gestão de Trump, os problemas já existiam e se agravaram, tendo sua continuidade na gestão de Biden.

A única opção para o imperialismo tentar contornar os efeitos da crise, da qual Trump lançará mão, é a espoliação ainda maior dos povos e Nações oprimidos pelo EUA, o que envolve também a disputa de colônias e semicolônias com outros países imperialistas. O problema, para os ianques, é que isso agrava fenômenos já críticos, como a crise migratória, a rebelião dos imigrantes no EUA e das massas populares nos países oprimidos e a própria tensão política e militar com as outras potências (China e potências europeias) e superpotência (Rússia) imperialistas.

Tema especialmente particular será o do Oriente Médio, onde a Resistência Árabe lança duros golpes contra o regime colonial e de apartheid mantido pelo Estado sionista de Israel com apoio ianque. Durante a campanha, Trump pediu que Netanyahu lograsse um cessar-fogo antes da sua posse, em janeiro, para tentar reverter o quadro de isolamento político de Israel, mesmo que isso envolva operações esporádicas na Faixa de Gaza. Não há certeza de que isso ocorrerá, uma vez que envolve disputas políticas com determinados setores da política interna israelense, sobretudo do sionismo religioso, atualmente capitaneado por Itamar Ben-Gvir (ministro da Segurança Interna) e Bezalel Smotrich (Finanças).

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Nessa disputa, segue vigente a tendência da política ianque à centralização cada vez maior no Executivo, ainda que mediado pelo controle da organização terrorista Pentágono. Com essa propensão, certamente, os direitos e liberdades democráticas do povo norte-americano também não serão poupados na medida que forem obstáculo para Trump atingir seus objetivos.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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