O presidente ultrarreacionário do Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou ontem (4/1), que tomará a Faixa de Gaza depois da guerra de agressão do sionismo contra o povo palestino. “Assumiremos o controle. Será nossa”, disse o bilionário, ao lado do maior criminoso de guerra da história e primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Mais cedo no mesmo dia, ele afirmou que não via outra opção para os palestinos que não deixar a Faixa de Gaza. “Não sei como eles poderiam querer ficar. O que eles tem lá? É uma pilha de escombros (…) Gaza é um buraco hoje, e isso precisa mudar”.
Atualmente, milhões de palestinos se dedicam à limpeza e reconstrução da Faixa de Gaza. A internet está inundada de vídeos em que palestinos, desde crianças à anciãos, prometem reconstruir sua terra após a agressão sionista.
O plano chauvinista e imperialista envolve construir um outro lugar para os palestinos. “Se pudéssemos encontrar o local certo, ou os locais certos, e construir alguns lugares realmente agradáveis com bastante dinheiro, com certeza seria melhor. Acho que isso seria muito melhor do que voltar para Gaza”, disse Trump.
O primeiro-ministro sionista disse que “vê um futuro diferente para Gaza”. Isso porque as intenções das classes dominantes que controlam o Estado de Israel são ocupar e anexar a Faixa de Gaza sob controle israelense para ocupá-la com sionistas.
Essa foi uma das primeiras viagens de Benjamin Netanyahu ao exterior, visto que o primeiro-ministro nazista-sionista tem um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) nas costas. O EUA não prendeu Netanyahu porque não é signatário do TPI – apesar de controlar o órgão e influenciar prisões contra seus opositores através da Organização das Nações Unidas (ONU).
Antes de receber Netanyahu, Trump assinou um decreto que mantinha a suspensão do financiamento do EUA à agência de refugiados palestinos da ONU (UNRWA) e retirou o EUA do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Resistência responde Trump
A Resistência Palestina deu uma resposta firme ao presidente ianque. “Nosso povo na Faixa de Gaza não permitirá que esses planos se concretizem, e o que é necessário é pôr fim à ocupação e à agressão contra nosso povo, não expulsá-los de sua terra”, disse Sami Abu Zuhri, um oficial do Hamas.
“O presidente Donald Trump, em sua arrogância, colocou o nosso povo na Faixa de Gaza diante de uma única escolha: deslocamento”, disse a Jihad Islâmica Palestina (JIP), através de um comunicado. “Ele deveria se lembrar que 15 meses de bombardeios implacáveis, com 80 mil toneladas de armamento norte-americano, não conseguiram deslocá-los”, continua o movimento.
“Ele agora imagina que declarações enganosas e racistas envoltas em falsa humanidade conseguirão o que as bombas não conseguiram?!”. “Nosso povo palestino sempre teve a opção de resistência, um caminho que eles seguiram por mais de um século – antes e depois de Trump”.
Imperialistas e monarcas árabes não aceitam plano
Representantes de potências imperialistas europeias e de monarquias árabes do Oriente Médio também foram contra o plano de Donald Trump. O receio dos imperialistas, que financiaram a guerra de agressão contra Gaza, é que a escalada possa gerar um impulso ainda maior da luta anti-imperialista na região.
“Quero ser muito claro sobre isso: Gaza é a terra dos palestinos de Gaza e eles devem permanecer em Gaza. Gaza faz parte do futuro estado palestino que a Espanha apoia e deve coexistir garantindo a prosperidade e segurança do estado de Israel”, disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manual Albares.
A sua homônima alemã, Annalena Baerbock, seguiu o tom: “[A expulsão] levaria a novos sofrimentos e novos ódios. (…) Não pode haver solução passando por cima dos palestinos”. David Lammy, do Reino Unido, assumiu postura similar: “Sempre fomos claros em nossa crença de que devemos buscar dois estados. Devemos ver os palestinos capazes de viver e prosperar em suas terras, em Gaza, na Cisjordânia”.
O ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita disse que “a posição do reino pelo estabelecimento de um Estado palestino é firme”.
Os imperialistas e monarcas árabes também se preocupam com a luta pró-Palestina em seus próprios países. Organizações progressistas solidárias à Palestina realizaram protestos, ocupações e sabotagens em vários países imperialistas desde o 7 de outubro de 2023.