O presidente ianque Donald Trump ordenou nesta sexta-feira (12/04) a transformação da faixa fronteiriça com o México nos estados da Califórnia, Arizona e Novo México em uma grande instalação militar para deter e concentrar a massa de imigrantes latino-americanos.
De acordo com o plano, publicado em março pelo monopólio de imprensa ianque Washington Post, o Pentágono assumirá o controle da fronteira mexicana e entregará às forças armadas dos Estados Unidos (EUA) o poder de prender “temporariamente” a massa migrante. Segundo o New York Times, a medida elevaria o controle de Trump perante as tropas na fronteira.
Em fevereiro, o secretário de defesa dos EUA Peter Hegseth já havia defendido o uso da estreita Reserva Roosevelt para a instalação de uma zona militar, que incluiria uma grande instalação militar e um amplo sistema de monitoramento via satélite. Para isso, será necessário elevar ainda mais a presença de tropas na fronteira com o México. Contudo, essa medida entraria em conflito com a Lei Posse Comitatus, uma lei federal que limita o uso do exército para a aplicação da lei interna.
Contudo, essa lei já foi contornada anteriormente pela administração de Trump, quando permitiu que os departamentos de controle de fronteiras e imigração enviassem os imigrantes detidos diretamente para voos militares, sem julgamento legal prévio.
O objetivo de Trump é elevar a militarização da fronteira enquanto espera Hegseth concluir um suposto estudo sobre as condições da fronteira sul e então invocar a Lei de Insurreição, que permitiria o uso do exército para aplicação da lei civil e militar.
Conforme o pronunciamento da Casa Branca, a prisão nestas instalações na fronteira seria inicialmente temporária e, posteriormente, os imigrantes seriam enviados para os centros de detenção, locais habitualmente denunciados por promover todo tipo de violações aos imigrantes, como amontoa-lo em celas superlotadas, sem alimentação adequada, até a separação de famílias inteiras.
Recentemente esses centros também vêm sendo utilizados para concentrar o conjunto de estudantes anti-imperialistas e pró-palestina, como ficou evidenciado quando o palestino Mahmoud Khalil, liderança estudantil da Universidade de Columbia, foi enviado para uma prisão deste tipo no estado da Louisiana.
Contudo, o crescente acúmulo de poder decisório nas mãos de Donald Trump, que recentemente elevou suas ameaças a seus opositores, sobretudo dentro do poder judiciário, despertam a preocupação dessas instalações se converterem em campos de concentração permanentes de imigrantes.