Trump toma posse com discurso chauvinista e anti-imigração

Trump não detalhou como pretende resolver o programa anti-imigração e as "deportações em massa".
Foto: RNS/AP/Manuel Balce Ceneta

Trump toma posse com discurso chauvinista e anti-imigração

Trump não detalhou como pretende resolver o programa anti-imigração e as "deportações em massa".

Donald Trump oficializou seu retorno à Casa Branca hoje (20/1) e reforçou as promessas de implementação de políticas chauvinistas e anti-imigração, como o decreto de um “estado de emergência” na fontreira. Outros 100 decretos devem ser aprovados, como o perdão aos ultrarreacionários que participaram da invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021.

Trump não detalhou como pretende resolver o programa anti-imigração e as “deportações em massa”. Durante a campanha, ele prometeu usar as Forças Armadas e a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1978, que permite ao presidente deter imigrantes em tempos de guerra. Atualmente, há cerca de 11 milhões imigrantes ilegais no Estados Unidos (EUA). São, em geral, pessoas que abandonaram os próprios países buscando fugir das condições miseráveis impostas pelo imperialismo norte-americano através da dominação política, econômica e cultural.

O ultrarreacionário também reforçou o que alguns chamam de política “isolacionista”. “Como em 2017, vamos erguer as Forças Armadas mais poderosas do mundo, cujo sucesso será medido não apenas nas batalhas que vencemos, mas nas guerras que encerramos e, talvez mais importantes, nas guerras nas quais não nos envolveremos”, disse ele, antes de acrescentar que o seu “maior legado será o de um pacificador e unificador”.

Trump ficou conhecido nos últimos anos por se opôr ao financiamento à Guerra da Ucrânia e por ter insistido no cessar-fogo na Guerra do Estadonazisionista de Israel contra a Resistência Nacional Palestina. Ele aproveita disso para se colocar como um opositor à guerra. Contudo, o que guia a prática de Trump é a estratégia atual do imperialismo norte-americano de concentrar o orçamento e o poder bélico na Ásia, onde disputa zonas de influência com o social-imperialismo chinês. Mesmo que isso signifique uma derrota tática no Oriente Médio e a entrega de parte do território da Ucrânia a partir de uma negociação direta com a Rússia.

A América Latina será outro alvo da política intervencionista e militarista do Estados Unidos. Trump já deixou isso claro ao prometer ocupar e anexar o Canal do Panamá para diminuir a influência da China no porto transoceânico e mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América. É certo que ele terá apoio do complexo industrial-militar do EUA para isso. O novo chefe do Comando Sul do EUA, o almirante Alvin Holsey, frisou, em novembro do ano passado, a importância da atuação ianque na América Latina, sobretudo na disputa com o social-imperialismo chinês.

O presidente também anunciou sua nova equipe. Dentre eles estão:

  • Pete Hegseth, secretário da Defesa: Hegseth é um ex-membro da Guarda Nacional do Exército ianque e ex-combatente das guerras de agressão no Afeganistão e Iraque. Ele também serviu em Guantánamo, ilha em Cuba onde fica uma das piores prisões do Estados Unidos (EUA), conhecida pelos casos de tortura a presos, principalmente envolvidos em lutas de libertaçãoi nacional no Oriente Médio. “Com Pete no comando, os inimigos dos Estados Unidos estão avisados – nossas Forças Armadas serão grandes novamente, e os Estados Unidos nunca recuarão”, afirmou Trump, sobre o novo secretário.
  • Kristi Noem, secretária de Segurança Interna: Governadora do Dakota do Sul, Noem foi a primeira a enviar a Guarda Nacional contra imigrantes no Texas.
  • Tom Homam, chefe da agência pelo controle de fronteiras e imigração (ICE): Homam é um conhecido agente anti-imigração do Estados Unidos. “Tenho uma mensagem para os milhões de imigrantes ilegais que Joe Biden deixou entrar em nosso país: é melhor vocês começarem a fazer as malas agora”, disse ele durante a Convenção Nacional Republicana em julho.
  • No âmbito da “política externa”, Trump priorizou nomes contrários ao financiamento ianque à Guerra da Ucrânia. São eles: Mike Waltz (conselheiro de Segurança Nacional) e Marco Rubio (secretário de Estado).

Segundo informações na imprensa, Trump vai anunciar ainda hoje ao menos de 100 decretos. O AND seguirá acompanhando os desdobramentos da posse.

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