O jornal israelense Haaretz informou na sexta-feira, citando uma fonte bem informada, que o governo dos EUA está exercendo intensa pressão sobre Israel para finalizar um acordo com o Hamas, antes da próxima visita do presidente Donald Trump à região, em meados de maio.
De acordo com a fonte, Washington considera o acordo “uma questão de grande importância” e advertiu Tel Aviv que “se Israel não avançar junto com os Estados Unidos em direção a um acordo, será deixado por conta própria”.
O Haaretz também revelou que o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, reuniu-se recentemente com famílias de prisioneiros israelenses e “disse-lhes que a pressão militar coloca os prisioneiros em perigo”.
De acordo com o Haaretz, citando o Canal 12 de Israel, Witkoff disse às famílias que “se até agora os reféns pagaram o preço pelo não fim da guerra, hoje o preço será muito mais alto para Israel, e não apenas para os reféns”.
Citando uma fonte informada, o Haaretz informou que as críticas de Witkoff ao governo israelense foram divulgadas a seu pedido.
Enquanto isso, o gabinete do ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, que lidera as negociações com os EUA, não quis comentar.
Os relatórios surgem em meio à crescente tensão entre Washington e Tel Aviv. A mídia israelense sugeriu que o presidente Trump cortou o contato com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu devido a preocupações de que Netanyahu estava tentando “manipulá-lo”.
De acordo com o jornalista da rádio do exército israelense, Yanni Kozin, fontes próximas a Trump disseram que o presidente estava “desapontado” e que havia decidido avançar com os planos regionais independentemente de Netanyahu.
Embora a situação possa evoluir, observou Kozin, essa é a posição atual.
Trump deve iniciar sua turnê regional em 13 de maio, com visitas à Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos.