Uma série de batidas policiais foi realizada no dia 6 de maio contra ativistas e leitores de materiais democráticos e revolucionários nas cidades turcas de Dersim, Hatay e Istambul. Ao menos 12 leitores do Partizan e do jornal democrático-revolucionário Yeni Demokrasi foram detidos e estão sob risco de prisão. Durante a detenção, os ativistas e leitores foram privados de assistência jurídica por 24h. No mesmo período, um escritório do jornal Yeni Demokrasi em Dersim foi alvo de uma operação e confisco de materiais. Devido à classificação do caso como “confidencial” pelo velho Estado turco, informações da operação foram proibidas de serem publicizadas.
As operações contra os leitores do Partizan e do Yeni Demokrasi ocorreram cinco dias após a repressão sofrida pelos ativistas da organização revolucionária nos massivos protestos que ocorreram na Turquia por conta do Dia do Internacionalismo Proletário. Nas manifestações, os ativistas do Partizan foram alvos de agressões e tentativa de confiscos de materiais por parte da polícia. Em Istambul, os militares tentaram arrancar um banner do chefe comunista Ibrahim Kaypakkaya erguido pelos ativistas, mas foram impedidos pelos manifestantes. No mesmo dia, o repórter Elif Karakaya, do jornal Yeni Demokrasi, foi detido.
Além de buscar retaliar os ativistas pela presença massiva nos protestos do dia 01/05, as prisões e detenções ocorrem como uma tentativa desesperada do velho Estado turco de frear a propaganda democrática e revolucionária empreendida pelo Partizan nas últimas semanas contra as eleições parlamentares e presidenciais do país, planejadas para ocorrer a partir do dia 14/05.
Além das prisões políticas contra ativistas e jornais democráticos, o velho Estado turco tem, nas últimas semanas, conduzido uma imensa campanha para integrar as massas ao processo eleitoral. Essa campanha ocorre também como tentativa de contornar a profunda crise política do país, intensificada após as consequências desastrosas do terremoto de fevereiro de 2023, ligadas aos inúmeros esquemas de corrupção do velho Estado turco com empreiteiras do país, e os múltiplos crimes de negligência e repressão cometidos contra as massas após o desastre.
Frente à repressão, os ativistas do Partizan afirmaram que ampliarão a sua luta e que não se deixarão intimidar. A Associação Europeia de Trabalhadores Imigrantes (Ageb), em nota de solidariedade, denunciou o velho Estado turco e categorizou o ataque como uma tentativa de calar aqueles que lutam pelos direitos e demandas do povo e contra o Estado. Segundo a organização, a repressão desencadeada contra os protestos do dia 01/05 e as batidas policiais contra leitores do Partizan e Yeni Demokrasi expressam o terror que o frágil velho Estado turco sente da revolução.