Turquia: TKP/ML lança declaração sobre comandante tombado e ataques da reação

Turquia: TKP/ML lança declaração sobre comandante tombado e ataques da reação


À direita, Cumhur Sinan Oktulmus (Deniz), à esquerda, Erol Volkan İldem (Nubar), ambos tombados em combate. Foto: Reprodução.

Na segunda metade de novembro, o Birô Político do Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista (TKP/ML, em turco) publicou uma declaração a respeito do assassinato do Camarada Deniz (Cumhur Sinan Oktulmus), durante a brutal e massiva operação do velho Estado turco que ocorreu entre os dias 30 de outubro e 9 de novembro, que levou o comunista à morte.

Na declaração, intitulada Membro do nosso Partido e do Comando Regional de Dersim, Camarada Deniz, foi imortalizado!, os comunistas se dirigem aos trabalhadores das nacionalidades turca, curda, e outras. Eles afirmam que nas tempestades, eles são tão combativos quanto Deniz (que em turco significa “mar”) e demarcam que eles não descansarão, que irão destruir todos os obstáculos com sua fúria e ira.

Eles começam afirmando que a reação mais selvagem, mais velha, mais bárbara e mais exausta “continua a atacar com medo, apetite e o desejo de acrescentar uma segunda vida a si mesma, usando as armas tecnológicas mais avançadas, poderosas e de última geração para a destruição. Contra isto, os comunistas estão resistindo com as mais avançadas, mais legítimas, mais igualitárias, libertárias e as razões mais justas, cobrindo-se da cabeça aos pés com todas as suas armas.” 

Em junho, setembro e outubro, continuam “nosso membro do Comitê Central (CC), Nubar, nosso Comandante Regional, Özgür, e os combatentes de nosso povo, camaradas Şerzan, Rosa e Asmin, juntaram-se à caravana de imortais durante operações contra nossas forças do Exército Popular (TİKKO) que lutam sob a liderança de nosso partido TKP/ML”. “As operações contra as forças de guerrilha têm continuado incessantemente”, esclarecem.

De 30 de outubro a 9 de novembro as unidades de guerrilha sob o comando de Deniz em Dersim, Aliboğazı foram submetidas a um ataque intenso do inimigo, enquanto os guerrilheiros se preparavam para o inverno. As operações foram realizadas utilizando veículos aéreos não tripulados (drones), aviões de guerra e helicópteros durante dias na região. Houve um bombardeio pesado no qual bombas Kazan de uma tonelada foram usadas contra a guerrilha pela primeira vez na região. Desta forma, Alibogazı foi quase destruída: “As forças inimigas conseguiram entrar parcialmente na área com intensas precauções como resultado de 10 dias de bombardeio aéreo contínuo”, relatam os comunistas.

“Nosso partido continua a pagar grandes preços na marcha para a revolução e o comunismo”, diz o Partido. Entretanto, “ele declara sua vontade e determinação pela guerra ao mais alto nível, e as barricadas são construídas com os mártires que sacrificamos, dos guerreiros aos quadros, para a destruição do fascismo. Esta postura é uma prova da determinação do compromisso do Partido em continuar a guerra e da necessidade de superar os problemas da luta de classes com uma luta de custo de vida”.

“A vontade de continuidade na Guerra Popular, a necessidade da guerra de anexação, a concentração no nível ideológico, político e teórico é organizada de modo a dissipar todas as nuvens negras. Nossos camaradas, que tombaram na luta, tomaram a atitude de expandir as possibilidades da luta e aplicaram firmemente a orientação de nosso Partido, com o entendimento de que a manutenção e a continuidade na guerra é vital para o estreitamento das possibilidades da luta. Esta atitude deve estar equipada com a consciência de que um alto nível de compreensão e de destreza é inerente ao esforço para a manutenção e continuidade, ao mesmo tempo em que se organiza a linha do partido. Desta perspectiva, não o desespero e a frustração, mas a insistência de determinação e continuidade, a encarnação e a promoção do esforço de organização com sangue e alma devem emergir”, demarcam.

Eles afirmam que o objetivo dos ataques inimigos são “provar que eles são um poder ‘imbatível’, provar que nenhum poder de guerra pode derrotá-los, criar medo e desespero utilizando sua máquina de guerra completa e espalhando bombas explosivas de morte e, é claro, assegurar que sua perseguição continue mais fácil e efetivamente sem problemas, distúrbios ou ameaças a sua soberania”.

“Nosso partido está sob um ataque muito, muito pesado”, revelam. “O inimigo está em uma tendência codificada na destruição da linha principal e no coração da Guerra Popular. Eles não param seus ataques e querem destruir nossas forças guerrilheiras com máquinas de guerra avançadas. A escala do ataque é multifacetada, extensa e, é claro, não apenas militar. A principal tendência é ideológica. É levantar a frustração e o desespero, e levantar a bandeira branca na linha da revolução e da luta armada. As condições históricas, a realidade socioeconômica do país, a necessidade das massas populares, o posicionamento das classes revolucionárias e a linha sobre a qual a luta de classes deve seguir, indicam que esta linha deve elevar a BANDEIRA VERMELHA mais alto. Nosso partido tem uma compreensão e determinação certeiras a este respeito”, continuam.

“Agora, a ditadura fascista deseja atirar, esmagar e enterrar as esperanças do povo abaixo da terra”, discorrem. Entretanto, “a esperança, a fé e a determinação são reais. No pesado bombardeio do fascismo, as armas [dos comunistas] são ouvidas com todo o rugido do combate. E em toda a sua glória, é a semente plantada no momento em que se pensa que será destruída. A esperança e a fé inevitavelmente crescerão e florescerão, ficando mais fortes no fogo e na tempestade da luta revolucionária. A agudização das contradições de classe, as possibilidades das condições históricas, a doutrina materialista histórico-dialética que nos permite compreender todos os desenvolvimentos; nos mostra que a esperança certamente envolverá as almas dos oprimidos com toda sua glória, batendo com um golpe na porta da história. Isso é certo. É essa concepção de necessidade que nos impulsiona a resistir a esses ataques e nos leva a descobertas táticas, militares, práticas, teóricas e políticas que irão os repelir. Sim, essa é exatamente a formação espiritual que envolve nosso partido em tal processo”.

‘Como todos os nossos camaradas imortais, o camarada Deniz também surgiu da força de vontade do nosso partido’

Membro do Comitê do Partido de Dersim e do Comando Regional, o camarada Cumhur Sinan Oktulmuş, nasceu em 20 de agosto de 1983, de uma família trabalhadora de nacionalidade árabe no distrito de Tarsus de Mersin. Durante sua atividade secundária, tornou-se militante da Komsomol (Liga Comunista da Juventude) e membro do Comitê do Distrito de Tarsus. Rapidamente se tornou membro do TMLGB (ala de juventude do TKP/ML) e foi promovido ao Comitê Regional de Çukurova. Ele atendeu ao chamado da Komsomol para se juntar à guerrilha entre 2005 e 2006 e se juntou a ela em 2006. Tendo recebido o nome de guerra Deniz, tornou-se membro do partido em 2009. 

De acordo com a declaração, após o martírio de cinco companheiras em 2011, ele não hesitou em assumir as responsabilidades crescentes e, a partir dessa data, ele serviu como Comandante Regional até confiar o dever ao camarada Özgür em 2017, também tombado recentemente. “O camarada Deniz era um importante e valioso quadro de nossas forças guerrilheiras, que conseguiu superar problemas nos momentos mais difíceis, ele estava fortemente ligado ao Partido e, o mais importante, tinha uma profunda compreensão da luta de classes”, afirma o TKP/ML.

O camarada Deniz, com sua forte experiência e compreensão no campo de batalha, conseguiu anular muitos ataques do inimigo, “mantendo o cano de sua espingarda quente diante das perdas dos últimos cinco anos, e aguçando mais seu ódio de classe”. O Partido continua, explicando que “diante de todos os tipos de ataques de divisão que surgiram no partido em 2016 e que prejudicariam o partido, sua linha e seus quadros, [Deniz] reforçou sua confiança e lealdade ao partido, na sua linha e em seus camaradas. Sem dúvida, a vontade comunista, que foi testada por estes pesados ataques de dentro, também tomou uma posição mais forte diante dos ataques inerentes ao fascismo para criar terror. Como com todos os nossos camaradas imortais, o camarada Deniz também surgiu da força de vontade do nosso partido”.

“Não é fácil tirar a força de vontade deste aço. Esta vontade foi testada pela morte, fortalecida pela consciência da história e transmitida ao nosso partido como uma grande energia”, demarcam. “Porque nosso partido, neste processo que estamos atravessando, não quer ser desencorajado pelas perdas, mas sim consolidar e reivindicar sua ideologia e linha ainda mais. Esta vontade é a vontade de lutar mais forte, de fundir-se com a luta de classes, de estar mais próximo à Revolução de Nova Democracia, de preencher ainda mais as lacunas de nossos mártires. Sem dúvida, agora somos mais experientes, mais fiéis e com mais reivindicações. Agora temos o poder de enfrentar com mais certeza e determinação este ataque de aniquilação contra a Guerra do nosso povo e toda a guerrilha. Temos o equipamento ideológico, a fé e a determinação herdados de nossos imortais camaradas para conseguir isso. Sem dúvida, a vontade de todas as forças revolucionárias que lutam de frente contra a ditadura fascista, fortalece nossa determinação na guerra. İsmail Sürgeç [outro guerrilheiro tombado] e todos aqueles que lutam no front e caem em batalha são nossa razão para fazer crescer a luta”, cravam.

“Nossos camaradas armaram e levaram até a morte a vontade do nosso partido. Devemos entender isto, agarrar e forjar todas as nossas lutas com esta realidade. Nosso partido fará avançar esta vontade, suas deficiências e suas fraquezas eliminando os problemas da guerra, voltando-se para o inimigo com uma seriedade muito mais forte do que o inimigo dirige a nós, reforçando a perspectiva do Poder, abraçando o caminho do estabelecimento do Poder pouco a pouco”, concluem.

O Partido finaliza a nota com as seguintes palavras de ordem: Cumhur Si̇nan Oktulmuş (deni̇z) é imortal!, Heróis da revolução são imortais!, Vamos afogar o fascismo no sangue que ele derramou!, Vamos destruir o Estado comprador-latifundiário, vamos estabelecer o Poder democrático do povo!. Viva a vitória da Guerra Popular!, Viva marxismo-leninismo-maoismo!, Viva nosso Partido TKP/ML, TIKKO E TMLGB.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: