As consequências do furacão Helene deixaram dois trabalhadores da Impact Plastics em Erwin, Tennessee, mortos, e outros quatro trabalhadores ainda estão desaparecidos. De acordo com os familiares dos mortos e desaparecidos entrevistados pela mídia monopolista, a gerência ameaçou demitir os trabalhadores se eles deixassem a fábrica.
O furacão atingiu a cidade em 27 de setembro, causando inundações devastadoras em Erwin. Quando a inundação inicial começou, os trabalhadores foram orientados a retirar seus carros, mas a permanecer na fábrica e continuar seus turnos. Trabalhadores entrevistados por meios de comunicação monopolistas nacionais e locais afirmaram que disseram à gerência que deveriam evacuar, mas a gerência disse que as condições não eram ruins o suficiente para justificar uma evacuação, mesmo quando as águas da enchente começaram a submergir o estacionamento. À medida que a inundação se intensificava, um pequeno contingente de trabalhadores tentou sair, desafiando a ordem de permanecer na fábrica, refugiando-se em um caminhão. O caminhão foi atingido por detritos, fazendo com que dois trabalhadores caíssem na água. Em seguida, o caminhão virou e capotou, obrigando os trabalhadores que buscavam refúgio a abandoná-lo.
Os trabalhadores também relataram à mídia monopolista que, à medida que a inundação e a tempestade continuavam a se intensificar e mais trabalhadores tentavam sair para buscar segurança, a gerência os informou que, se saíssem, seriam demitidos. A empresa nega isso, é claro, afirmando em um comunicado à imprensa: “Em nenhum momento os funcionários foram informados de que seriam demitidos se deixassem as instalações. Para os funcionários que não falavam inglês, funcionários bilíngues estavam entre o grupo de gerentes que transmitiram a mensagem.” A maioria dos trabalhadores que falaram com a imprensa monopolista negou que a Impact Plastics tenha dito aos trabalhadores que eles poderiam sair para buscar segurança, e afirmam que a gerência lhes disse para ficar na fábrica e continuar trabalhando. Somente quando uma usina elétrica próxima fechou devido a danos causados por inundações é que a gerência foi forçada a encerrar as operações e pedir que os trabalhadores voltassem para casa – no momento em que os trabalhadores não podiam mais ser explorados.
Os dois trabalhadores que morreram na tempestade eram imigrantes mexicanos. O setor de plásticos explora a mão de obra de algumas das camadas mais profundas da classe trabalhadora, especialmente mulheres e trabalhadores latinos. Muitos desses trabalhadores são imigrantes que, muitas vezes, estão fugindo da devastação do imperialismo em seus próprios países. De acordo com o Bureau of Labor Statistics, os trabalhadores latinos representam 20% dos trabalhadores do setor de plásticos, o que os torna o segundo maior grupo racial empregado, enquanto as mulheres representam 32% dos trabalhadores do setor.
O furacão Helene é o segundo furacão mais mortífero a atingir a parte continental dos Estados Unidos em 50 anos e é um produto da destruição e degradação ambiental contínuas provocadas pelo imperialismo, que está causando um aumento dos desastres naturais, tanto em frequência quanto em intensidade, em todo o mundo. Os trabalhadores de todo o mundo continuam a suportar o peso desses desastres, enquanto os lucros e o bem-estar dos capitalistas permanecem praticamente inalterados.
Os dois trabalhadores mortos não foram mortos pelo furacão Helene, mas pelos capitalistas da Impact Plastics, que sacrificaram esses trabalhadores no interesse do capital. Um incidente semelhante aconteceu em 2021 com oito trabalhadores de uma fábrica de velas em Kentucky e seis trabalhadores de um depósito da Amazon em Illinois, que foram mortos por um tornado que varreu a região. Em ambos os casos, os capitalistas ordenaram que os trabalhadores continuassem trabalhando sob ameaça de demissão, apesar do desastre iminente.
