A Universidade de Columbia, que foi palco das ocupações pró-Palestina no Estados Unidos, decidiu tirar do ar a revista de direito Columbia Law Review após a publicação de um artigo do um advogado palestino Rabea Eghbariah que classificou as ações de Israel na Faixa de Gaza como genocídio e apartheid.
Antes da publicação, o conselho administrativo da revista tentou pressionar os estudantes editores a não publicarem o texto. Eles não cederam e foram adiante, em um ato que foi respondido com o fechamento do portal. Até ontem, o portal estava como “em manutenção”, mas hoje voltou ao ar. A ação foi descrita pelos alunos como “uma violação sem precedentes da independência editorial”.
O artigo defende que haja um novo conceito jurídico, chamado Nakba (baseado na Nakba, A Grande Catástrofe palestina após o estabelecimento do Estado de Israel em 1948), para descrever a situação dos palestinos na atual guerra.
O conselho administrativo, que normalmente não toma decisões editoriais, afirmou que sugeriu a não-publicação porque o artigo não havia passado por todos os processos de revisão. Os estudantes desmentiram a explicação e falaram que, na verdade, o artigo foi encomendado de Eghbariah, que é doutorando na Universidade de Harvard, pelos próprios editores.
O próprio autor se manifestou sobre o episódio e questionou: “Do que eles têm medo? Dos palestinos narrarem a sua própria realidade, falarem a sua própria verdade?”. “Quais interesses a diretoria está servindo, indo contra seus alunos, editores, indo contra sua própria equipe, jogando-os debaixo do ônibus, fabricando polêmica sobre alguns processos internos?”