USA: Agentes da fronteira eram instruídos a empurrar crianças imigrantes em rio e negar água

No final do mês de julho, uma série de denúncias revelaram o nível de brutalidade aplicado pela Polícia da Fronteira ianque contra as massas imigrantes na fronteira entre o México e o Estados Unidos (USA).
Imigrantes na fronteira entre o México e o Estados Unidos (USA). Foto: Ana Ramirez / The San Diego Union-Tribune
Imigrantes na fronteira entre o México e o Estados Unidos (USA). Foto: Ana Ramirez / The San Diego Union-Tribune
Imigrantes na fronteira entre o México e o Estados Unidos (USA). Foto: Ana Ramirez / The San Diego Union-Tribune

USA: Agentes da fronteira eram instruídos a empurrar crianças imigrantes em rio e negar água

No final do mês de julho, uma série de denúncias revelaram o nível de brutalidade aplicado pela Polícia da Fronteira ianque contra as massas imigrantes na fronteira entre o México e o Estados Unidos (USA).

No final do mês de julho, uma série de denúncias revelaram o nível de brutalidade aplicado pela Polícia da Fronteira ianque contra as massas imigrantes na fronteira entre o México e o Estados Unidos (USA). Os relatos foram feitos por um agente da própria polícia e afirmam que as orientações envolviam lançar os imigrantes de volta ao rio e negar água, mesmo sob temperaturas que atingiam 38°C. O fluxo de imigrantes para o USA, assim como a repressão brutal ao povo, aumentam proporcionalmente à crise do imperialismo.

Os casos citados ocorreram entre os dias 25 e 30 de junho, no Texas, e foram repercutidos  pelo monopólio de imprensa ianque Houston Chronicle. Um dos relatos dava conta que, em certa ocasião, os patrulheiros foram orientados a empurrar os imigrantes, dentre eles crianças e bebês de colo, de volta ao rio que tentavam cruzar. Ao menos 120 imigrantes tentavam cruzar a fronteira.

Em outro caso, os policiais arremessaram uma criança imigrante que havia desmaiado na travessia de volta ao rio, junto do grupo de imigrantes que a acompanhava. Ainda em outra ocasião,uma mulher imigrante grávida sofreu um aborto espontâneo após ficar presa em armadilhas de arame farpado colocadas pelos policiais no rio. A mulher foi resgatada, mas perdeu o filho. 

Ofensiva anti-imigrante

A imigração para o USA atingiu níveis nunca antes vistos. Só em 2022, 2,6 milhões de pessoas foram contabilizadas migrando do México para o USA. Foram 810 mil a mais que o registrado em 2021. As massas de imigrantes são principalmente de países da América do Sul e Central, continentes constantemente acossados pelo saqueio imperialista do USA, principal responsável pela miséria dessas massas e ondas de imigração.

Para prevenir essas massas de imigrantes de alcançarem seu território, o USA têm implementado há anos uma severa ofensiva anti-imigrante. Em 2020, o ex-presidente ultrarreacionário do USA implementou o Artigo 42, lei que permitia a expulsão imediata de imigrantes capturados na fronteira. Em maio deste ano, o atual presidente Joseph Biden substituiu o Artigo 42 por uma versão ainda pior, que além de permitir a expulsão imediata, proibia o retorno dos imigrantes expulsos ao USA. 

À época, a aprovação da nova lei gerou uma grave crise nas fronteiras ianques, com uma massiva onda migratória que buscou atravessar as fronteiras antes da aprovação do novo artigo. Já mais recentemente,  o governo do estado do Texas aprovouum plano de 5,1 bilhões de dólares para “prevenir imigração ilegal na fronteira”.

Agressão imperialista contra os povos do mundo

O aumento da imigração é sintoma da crise sem precedentes do imperialismo. Cada vez mais abalado, o imperialismo aumenta a rapina contra as nações semi-coloniais e coloniais como forma de garantir o prolongamento de sua sobrevida. Exemplo são os mega projetos implementados nos países da América Latina, destinados a promover o saqueio de riquezas naturais e recursos estratégicos e responsáveis por promover o despejo de milhares de camponeses e indígenas das áreas de construção dos empreendimentos. 

Caso concreto é a construção do Corredor Interoceânico do Istmo de Tehuantepec (CIIT), no sul do México. Com as obras iniciadas no ano de 2020, o CIIT tem sido alvo de grande resistência por organizações democráticas como a Corrente do Povo – Sol Vermelho (CP-SV), pela subjugação que irá impor ao país latino-americano e pelas ações de despejo, desaparecimento forçados e assassinatos que rondam sua construção desde o início.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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