Militares israelenses levam jovem palestino detido, com os olhos vendados. Foto: Eshat Firat
No dia 12 de outubro, um grupo de 400 trabalhadores dos monopólios ianques (Estados Unidos, USA) de tecnologia Amazon e Google divulgou uma carta aberta em defesa do povo palestino, em que exigia que as empresas rescindissem um contrato de 1,2 bilhão de dólares com Israel. As duas monopolistas e o governo israelense firmaram um acordo para a realização do Projeto Nimbus, a fim de fornecer serviços em nuvem para o setor público e militares israelenses.
Segundo os próprios trabalhadores, a tecnologia do Projeto Nimbus “permite maior vigilância e coleta de dados ilegais sobre os palestinos e facilita a expansão dos assentamentos ilegais de Israel em terras palestinas”, e seria usada “para negar aos palestinos seus direitos básicos, forçar os palestinos a saírem de suas casas e atacar os palestinos na Faixa de Gaza”.
Eles rechaçam ainda, no documento, os contratos sem transparência e supervisão que as mesmas empresas realizaram também com o Departamento de Defesa do USA e o departamento de Imigração e Fiscalização Alfandegária (Ice), além de departamentos de polícia estaduais e locais.
Mais de 300 funcionários da Amazon e mais de 90 do Google participaram da ação coletiva, em que denunciaram: “A tecnologia que nossas empresas contrataram para construir tornará a discriminação sistemática e o deslocamento executado pelos militares e pelo governo israelenses ainda mais cruéis e mortíferos para os palestinos”.
O grupo de trabalhadores anônimos de tecnologia afirma que o contrato fornecerá serviços em nuvem para Israel que ajudarão a coletar ilegalmente dados sobre os palestinos e de grupos que os apoiam. “Não podemos ignorar, pois os produtos que construímos são usados para negar aos palestinos seus direitos básicos”, afirmam ainda.
A SOLIDARIEDADE INTERNACIONALISTA AO POVO PALESTINO
Durante a ofensiva de Israel à Faixa de Gaza no mês de maio, em que 248 palestinos foram mortos sob os ataques aéreos sionistas, uma onda de mobilizações organizadas por trabalhadores em solidariedade ao povo palestino se alastrou pelo mundo.
Na Inglaterra, por exemplo, manifestantes do Palestine Action e outros apoaidores ocuparam a fábrica Elbit-Thale Systems subsidiary UAV Tactical Systems, em Leicester que produz drones para os militares israelenses e interromperam a produção, trancando os portões com correntes.
No mesmo período, um sindicato de estivadores italianos se recusou a embarcar um carregamento de armas com destino a Israel, e afirmou em comunicado que “O porto de Livorno não será cúmplice do massacre do povo palestino”.