USA: Centenas protestam nas ruas do Brooklyn contra a polícia de Nova Iorque

USA: Centenas protestam nas ruas do Brooklyn contra a polícia de Nova Iorque

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Manifestantes carregam faixas escritas “Não deixem esses porcos encostarem em nós” e “Foda-se a polícia, em protesto contra a agressão da juventude negra pela Polícia de Nova Iorque

Na noite do dia 1º de novembro, centenas de ativistas realizaram uma grande manifestação no bairro do Brooklyn, na cidade de Nova Iorque, com o objetivo de denunciar e rechaçar as ações do Departamento de Polícia de Nova Iorque (DPNI), que recentemente foi alvo de ampla indignação popular após difusão de um vídeo no qual um policial aparece agredindo um jovem no metrô da cidade.

Os manifestantes entoaram a palavra de ordem Sem justiça, não haverá paz!, enquanto marchavam pelas ruas do Brooklyn; eles também seguravam cartazes dizendo Se juntem à janta do porco assado (se referindo a uma tradição estadunidense de assar um porco inteiro na brasa, mas também em referência ao DPNI) e Parem o terrorismo do DPNI contra a juventude negra!

Houveram relatos de tentativas de intimidação por parte da polícia aos manifestantes, sem sucesso. Em resposta, manifestantes mantiveram postura altiva e realizaram pichações em viaturas com as palavras “R.I.P Eric Garner”, relembrando e denunciando outro crime cometido pela polícia de Nova Iorque em 2014, quando agentes estrangularam até a morte um homem negro na região de Staten Island. Os manifestantes também picharam DPNI KKK em um ônibus, comparando o departamento de polícia à Ku Klux Klan, um movimento de extrema-direita e supremacista branco ianque.


Carro da polícia pichado com “Departamento de Polícia de Nova Iorque – Ku Klux Klan”

Ao final da marcha, os manifestantes se dirigiram à estação de metrô do Brooklyn, sendo acompanhados a todo momento pela polícia, pulando as catracas e realizando um protesto nas plataformas.

Manifestantes carregam faixa escrita “Soque o policial! Polícia de Nova York, fora do metrô!”

O vídeo divulgado, principal alvo de comoção dos protestos, mostrava um policial agredindo fisicamente um jovem de 15 anos, Benjamin Marshall, quando dois grupos de jovens negros teriam começado a discutir no metrô, rapidamente sendo imobilizados e espancados pela polícia, além de acusados de roubo. Marshall foi acusado de agressão a um policial, resistência à prisão, obstrução à administração governamental e conduta contra a ordem, segundo a imprensa local. Outro adolescente também foi espancado, e cinco adolescentes no total foram detidos, informou a imprensa. A família de Marshall afirma que o jovem não teve parte na confusão do metrô, e que só estava procurando pela sua mochila no local.

Um outro vídeo amplamente divulgado registrou um homem negro de 19 anos, rendido dentro do metrô por um policial na estação que lhe apontava uma arma através do vidro. Logo depois, policiais entraram armados dentro do vagão e afirmaram, sem provas, que aquele homem era um contraventor e que estava armado. 

A manifestação ocorre justamente no contexto em que esse tipo de prática truculenta da polícia dentro das estações de metrô vem se tornando cada vez mais comum, após uma chamada à evasão das tarifas do metrô, o que implicou em um policiamento ostensivo do local, com 500 policiais a mais, causando forte indignação no meio do povo.


 “Foda-se os seus 2,75 dólares” (tarifa do metrô)

“Vemos pessoas em situação de pobreza aumentando a cada dia, lutando para sobreviver. Pessoas trabalhando em dois, três empregos, mal mantendo um teto sobre sua cabeça. E qual é a resposta da cidade? Contratar mais policiais para bater em pessoas que não podem pagar a tarifa”, disse um manifestante durante a marcha.

Após a repercussão dos vídeos, o DPNI lançou uma nota alegando que esse tipo de ação não faria parte do treinamento da polícia, se tratando de casos isolados, e que seu treinamento prioriza métodos “antipunição e antiviolência”. Porém, diversos casos como o de Eric Garner e outros amplamente conhecidos são suficientes para afirmar que tal denúncia não se trata de um caso isolado, pelo contrário, é uma prática comum da polícia ianque.

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