Protesto anti-USA de civis – na província de Jalalabad, Afeganistão, após um soldado americano abrir fogo contra moradores, em 2012. Foto: Parwiz Parwiz/Agência Reuters
Apenas em maio deste ano os soldados do USA, seus aliados e seus mercenários contratados realizaram crimes de guerra em 23 dos 31 dias do mês em sua contínua guerra de agressão imperialista no Afeganistão. Foram 49 ataques diferentes contra o povo, de acordo com uma nota publicada pelo Emirado Islâmico do Afeganistão (Talibã) no dia 3 de junho. Entre a longa lista de brutalidades, os assassinatos por tiroteios e bombardeios e as prisões arbitrárias (sequestros) sofridas por civis são os que mais se repetem.
O Talibã, o mais forte expoente em terras afegãs contra a invasão ianque, divulga todo mês um relatório denunciando os crimes de guerra cometidos contra civis. Somando os relatórios, desde o início de 2019 foram 227 ataques diferentes cometidos contra o povo pelos soldados do USA e mercenários, grupos paramilitares privados contratados pelo Estado ianque para realizarem operações militares não oficiais em solo estrangeiro.
Em abril deste ano, o Tribunal Penal Internacional (TPI) rejeitou um pedido para se investigar os crimes de guerra – abusos, torturas e assassinatos – cometidos desde 2001 pelas forças pró-USA, depois de Donald Trump se posicionar contra a investigação.
Mike Pompeo, o secretário de Estado dos USA, ameaçou revogar ou negar vistos a funcionários do TPI que tentassem continuar com a investigação. Depois disso, o Departamento de Estado dos USA confirmou ter revogado o visto da procuradora-chefe que havia feito pedido da investigação, Fatou Bensouda.
Resistência afegã não dá tregua
Apesar das agressões ianques não terem pausa, o Talibã tem servido à Resistência do Afeganistão lutando para expulsar as tropas invasoras e genocidas e vem impondo sucessivas vitórias militares contra os USA e seus lacaios. A derrocada completa parece cada vez mais evidente, tanto é que no fim do ano passado o USA anunciou a retirada de metade de suas tropas do país.
No entanto, as agressões tiveram um aumento expressivo nos últimos meses apesar da decisão de retirada das tropas. Até mesmo a Missão da ONU no Afeganistão (Unama), lacaia aos interesses ianques, noticiou que cresceram as mortes de civis nas mãos dos invasores e das forças pró-USA, com um forte aumento de vítimas no primeiro trimestre de 2019 devido a bombardeios aéreos (que aumentaram em 41% em relação ao mesmo período do ano passado), bem como um aumento de 85% de operações de busca por insurgentes.