Protesto em frente ao Centro de Detenção Contratado de Elizabeth. “Parem de torturar crianças”, diz a placa. Foto: Reprodução
Yimi Alexis Balderramos-Torres, imigrante hondurenho, foi encontrado morto em seu dormitório, sob a custódia da Imigração e Alfândega do USA (ICE, sigla original), no dia 30 de junho. De acordo com o portal revolucionário Incendiary News, Balderramo-Torres é a 12° pessoa a morrer, desde setembro, em um centro de detenção no USA.
Entre o caos que se apresenta na fronteira, capitalistas se destacam na obtenção de superlucros. CoreCivic e Geo Group, empresas que controlam prisões, hospícios e centros de correção privados, obtêm grande parte de seus lucros através dos Centros de Detenção, que crescem cada vez mais com o aprofundamento da crise imigratória. Bianca Tylek, diretora do Projeto de Transparência de Centros de Detenção, afirma que “cerca de 65% dos leitos de que o governo federal dispõe para abrigar imigrantes estão nas mãos de empresas privadas”.
Protesto no Centro de Processamento de Houston. Foto: Reprodução
O diretor executivo da CoreCivic, Damon Hininger, em 2018, afirmou que “esse era o ambiente de vendas mais lucrativo já visto em 10 anos”, sendo que os centros de detenção para imigrantes representam 25% de seus lucros, que somam US$ 444 milhões. Já a Geo Group, em 2017, deixava clara suas expectativas pelo fim da política de cach and release (detenção e liberação), onde os imigrantes que pediam solicitação de entrada no USA aguardavam o julgamento do seu processo em liberdade, porém em condições de miséria e precariedade. Agora, está em prática a “política de tolerância zero”, de criminalização dos imigrantes por parte de Trump.
Apesar de todas as provas da precarização dos centros – surtos de caxumba, mortes por negligência médica, entre outros problemas – a CoreCivic e a ICE (responsáveis pelo centro de Houston) afirmam que disponibilizam “assistência de saúde abrangentes”. Anualmente, 300 mil imigrantes são expostos a essas condições.