Manifestante faz discurso durante manifestação em Oregon, Portland. Foto: Beth Nakamura
O Estado imperialista ianque, temendo o grandioso e justo levantamento do povo estadunidense, têm promovido sequestros e tantos outros abusos, seja clandestinamente ou abertamente, contra manifestantes, ativistas e filhos do povo que se rebelam há mais de 50 dias em Portland, Oregon.
Sob o nome de “Força Tarefa em Defesa das Comunidades Americanas”, que visa combater os protestos populares na cidade, ficou conhecida pelas massas por seus sequestros por parte dos agentes federais. Exemplo disso foi quando, na madrugada do dia 15 de julho, utilizando vans alugadas para não serem identificados – carros federais possuem placas para serem reconhecidos -, dois manifestantes, Mark Pettibone e seu amigo Conner O’Shea estavam indo para casa quando foram sequestrados, após uma noite de protesto.
Quando estavam atravessando a rua, foram interrompidos por uma minivan, onde ambos foram presos e tiveram seus olhos vendados e levados por agentes federais armados até um prédio que Pettibone desconhecia, apenas descobrindo horas mais tarde que era o tribunal federal. Segundo O’Shea, entre quatro a cinco agentes estavam na minivan, quando os dois foram presos.
Demonstrando que tal ação atroz não era nova, ambos os manifestantes informaram ao monopólio de imprensa que haviam sido avisados por um outro grupo de manifestantes que os agentes estavam realizando esse terror contra as massas. Os agentes federais estão utilizando veículos alugados para sequestrar manifestantes no centro de Portland desde o dia 14/07, com diversos vídeos e relatos na internet sobre os ocorridos.
Em um dos vídeos, um manifestante é levado para uma minivan por dois agentes, que se recusam a se identificar. Tal ação fascista foi defendida pela Alfândega e Proteção de Fronteiras (APF), cujos agentes realizaram a prisão do manifestante, no dia 15 de julho. O comissário da APF, Mark Morgan, afirmou que as prisões prosseguirão, chamando os manifestantes de “criminosos violentos”, por apenas se defenderem dos ataques dos agentes reacionários do Estado ianque.
Segundo o próprio monopólio de mídia, os primeiros sequestros começaram no dia 14 de julho em resposta aos protestos multitudinários e combativos que aconteciam diariamente desde 28 de maio, no contexto da revolta popular desencadeada com a morte de George Floyd.
Tal repressão vem de ordem direta do arquirreacionário Donald Trump. Sob o pretexto de proteger monumentos racistas e genocidas, assim como prédios do Estado imperialista e do monopólio ianque, Trump assinou uma ordem executiva autorizando, por seis meses, o Departamento de Segurança Interna e outras agências federais em providenciar “tropas para auxiliar na proteção de monumentos federais, memoriais, estátuas ou propriedades”. Como resultado, tropas de agências federais encontram-se em Oregon desde o dia 2 de julho, com ao menos duas outras cidades, Seattle e Washington D.C., também com presença de outras tropas.
Utilizando equipamento militar e sem identificação alguma, encontram-se na Força Tarefa agentes do Serviço de Delegados dos Estados Unidos (conhecido como “U.S Marshals”), a Unidade Tática de Patrulhamento de Fronteira, tropa da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos, a Serviços Federais de Proteção e o próprio Departamento de Segurança Interna.
Manifestantes queimam a bandeira americana em meio à protesto em Portland, Oregon, no dia 4 de junho.
Antes dos sequestros virem a público, as tropas federais já estavam se tornando conhecidas pela sua brutalidade contra o povo, com o caso de Donavan LaBella, jovem de 26 anos, causando grande revolta popular ao ter seu rosto desfigurado quando foi atingido por uma bala de borracha por um agente da U.S. Marshals no dia 10 de julho, necessitando de cirurgia para reconstruir seu rosto.
Diante de tamanhas covardias, no 52° dia de protesto, os rebelados se reuniram no Centro de Justiça e no tribunal de justiça, no centro da cidade de Portland.
Na noite do dia 18/07, no bairro North Portland, manifestantes se reuniram no Parque Peninsula, indo em direção a Avenida Interestadual, numa manifestação com milhares de pessoas. No ato, o povo gritava palavras de ordem exigindo que os policiais encontrassem “empregos de verdade”, em frente a delegacia de polícia.
Dali, o povo se dirigiu ao prédio da Associação Policial de Portland. Provando que a repressão violenta por parte do Estado ianque não amedrontou ou parou as manifestações, pelo contrário, as tornou mais combativas, formaram barricadas próximas ao prédio, com polícias indo em direção aos manifestantes, para reprimi-los. O povo, em fúria, invadiu o prédio da Associação e ateou fogo, queimando um escritório.
Antes, à tarde, grades haviam sido erguidas para impedir os manifestantes de tomarem os prédios do Estado ianque, o que levou o povo a destruir as grades. Vendo o caráter combativo do protesto, os agentes federais lançaram gás lacrimogêneo e atiraram balas de borracha nos manifestantes, além de os agredir com cassetetes. Em resposta, os manifestantes responderam com pedras e fogos de artifício, além de usarem as grades para bloquear as entradas do tribunal de justiça, para impedir os agentes de sair.
Também, no dia 20 de julho, em defesa da juventude e dos seus filhos que se rebelavam, mães de Portland se organizaram e participaram dos protestos pressionando os agentes e desafiando sua repressão antes brutal contra os jovens.
Milhares de pessoas protestam contra a ordem de exploração e opressão em Portland, Oregon. Foto: Brooke Herbert.
Trump, acuado, esbraveja ameaças de que a repressão à nível de Portland seja imposta a outras cidades. Em um tweet recente, o Presidente arquirreacionário mencionou as cidades de Nova Iorque, Chicago, Filadélfia, Detroit, Baltimore e Oakland.
Outro ponto, também muito abordado pelos ativistas e democratas, assim como pela grande massa que protesta, é a facilidade com que esses sequestros de soldados/agentes sem identificação, em veículos sem identificação, poderiam ser recriados por milícias da extrema-direita (grupelhos fascistas semelhantes à Ku Klux Kan), muito comuns no USA, levando as vítimas ao desaparecimento e à morte (ou a qualquer outro propósito).