Grevistas da Hunts Point Produce Market realizam protesto em frente ao atacado. Foto: WSWS.
No dia 17 de janeiro, 1400 trabalhadores da Hunts Point Produce Market na cidade de Nova Iorque, no Estados Unidos (USA), iniciaram uma greve vitoriosa exigindo aumento de salários e melhores auxílios de saúde, sendo essa a primeira greve da categoria em 35 anos.
Os grevistas afetaram a distribuição de alimentos de mercados e restaurantes de Nova Iorque, uma vez que 60% das frutas e vegetais provém da Hunts Point Produce Market. Os trabalhadores em greve eram manipuladores de produtos agrícolas, entregadores, armazéns e outros.
Na manhã do dia 19/01, policiais prenderam grevistas que faziam piquete para impedir caminhões de entrarem no mercado. “É ultrajante que depois de serem chamados de heróis essenciais por meses, vários de nossos membros foram presos enquanto protestavam pacificamente por um aumento hoje”, afirmaram os grevistas, em uma nota após o ocorrido.
Mesmo com a polícia atacando os trabalhadores e possibilitando os caminhões passarem, eles permaneceram cheios, devido aos trabalhadores do depósito estarem em greve também.
A mobilização teve como resultado um apoio intenso dos trabalhadores nova iorquinos e estadunidenses aos grevistas. No dia 19/01, demonstrando solidariedade com a luta, 21 vagões de carga cheios de produtos foram entregues aos grevistas, enquanto os grevistas entoavam palavras de ordem como Um dia a mais! Um dia mais forte!.
Temendo uma greve generalizada, após crescente solidariedade aos grevistas, a greve encerrou no dia 23/01, com os trabalhadores conseguindo um aumento de $1.85 dólares/hora no contrato, além de 40 centavos/hora a mais para cuidados médicos.
“Espero que isso ressoe com os trabalhadores de todo o país. Por muito tempo, eles não foram ouvidos. E acho melhor nosso país começar a prestar atenção neles. Porque eles têm poder se ficarem ombro a ombro”, afirmou um dos grevistas, segundo o monopólio de mídia amny.
A greve iniciou após o novo contrato firmado com os trabalhadores oferecer um pífio aumento de 62 centavos para novos trabalhadores e 40 centavos para veteranos, com os trabalhadores exigindo um aumento mínimo de 1 dólar. Os trabalhadores, até então, recebiam uma média salarial de $18.75 a hora, ou cerca de $37.000 por ano, quantia pouco acima do limiar da pobreza em uma das cidades mais desiguais e caras do USA.
Custos com saúde também eram grande preocupação dos trabalhadores era em questão aos custos de saúde, afirmando que o novo contrato mantém boa parte da cobertura abaixo do padrão, com os trabalhadores tendo que pagar do próprio bolso cuidados médicos, mesmo sendo considerados essenciais em meio a uma pandemia, com o contrato não incluindo nenhuma proteção adicional aos trabalhadores contra a pandemia, mesmo com seis já terem falecido devido ao vírus, em uma cidade com mais de meio milhão de casos e quase 30 mil mortos.
Pichação em Austin presta solidariedade aos grevistas da Hunts Point Produce Market. Foto: Tribune of the People.