No último dia 15 de setembro, operários das principais montadoras da cidade de Detroit, em Michigan, nos Estados Unidos (USA), deflagraram uma greve massiva por reajustes salariais e melhores condições de trabalho. A retumbante mobilização atingiu as empresas General Motors (GM), Ford e Stellantis. A greve ocorre em meio à alta da carestia de vida em detrimento da crise econômica que se aprofunda no USA, bem como em cenário de aumento da mobilização dos trabalhadores do País.
A greve interrompeu as atividades de três importantes fábricas, havendo cerca de 12,7 mil trabalhadores que aderiram ao movimento. Os efeitos dessa greve são extremamente significativos: ela interrompe a produção de até 24 mil veículos por semana. De acordo com estimativa do Deutsche Bank, a continuidade da greve levará a um prejuízo de US$ 500 milhões por semana para as empresas imperialistas.
A massiva greve operária ocorre no cenário de agravamento da crise no USA e da crise geral do imperialismo. O aprofundamento da crise no país, que atualmente possui a maior dívida pública do mundo e registrou em 2023 a falência de diversos bancos, recai com ainda mais peso sobre as massas trabalhadoras, que não tem reajuste salarial significativo desde a crise de 2008 e se vêem cada vez mais exploradas pelos magnatas e imperialistas na tentativa de garantir o máximo de lucro. No caso das empresas impactadas pela recente greve, apenas no primeiro semestre deste ano, a Ford, lucrou 3,7 bilhões de dólares, a GM, 5 bilhões de dólares e a Stellantis 11,9 bilhões de dólares.
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Frente a isso, é crescente também a mobilização dos trabalhadores no USA. No primeiro semestre de 2022, o número de pessoas que entraram em greve no país dobrou em comparação a 2021. Foram cerca de 180 greves que mobilizaram 78 mil trabalhadores no período. De forma relacionada, cresceu ainda o número de pessoas no país que aprovam a organização em sindicatos, com uma cifra de 71% do povo que apoia a organização sindical de trabalhadores.