Comboio de veículos militares do USA chega ao Iraque, perto da governadoria de Dohuk, depois de se retirar do norte da Síria, em outubro de 2019. Foto: AFP
O imperialismo ianque (Estados Unidos, USA) planeja retirar 2,2 mil soldados do Iraque nas próximas semanas até o final de setembro, segundo anunciou no dia 9 de setembro o general Kenneth McKenzie, cabeça do Comando Central das Forças Armadas ianques, responsáveis por todas as intervenções imperialistas do USA na região do Oriente Médio. No entanto, dos 5,2 mil efetivos que estão alocados atualmente no país, 3 mil continuarão lá, e não ficou claro se as tropas retiradas voltarão para o USA ou se serão realocadas em outro lugar.
Apesar da campanha eleitoral do atual presidente ianque, Donald Trump, ter prometido desde 2016 “levar as tropas do USA para casa”, durante seu mandato o número de tropas aumentou ou permaneceu nos mesmos níveis que as desdobradas durante a administração do genocida Barack Obama (2009-2017).
No decorrer de 2020, o imperialismo ianque veio abandonando bases iraquianas e realizando diversas movimentações com as suas tropas no país, principalmente na capital Bagdá, e em Irbil e no oeste de Ain al-Asad. Apenas este ano, as forças da intervenção ianque no Iraque abandonaram as bases de al-Qaim, Qayyarah Airfield West, K-1 (perto de Kirkuk), al Taqqadum e Camp Taji, que foi abandonada recentemente, em agosto, após ser repetidamente alvejada com ataques de foguetes.
Essa movimentação se intensificou proporcionalmente ao crescimento dos ataques contra as bases ocupadas por tropas do imperialismo no país, principalmente depois de o USA orquestrar a execução do comandante militar iraniano Qassem Soleimani, em um ataque de drones nas proximidades do aeroporto internacional de Bagdá em janeiro, junto com o líder de uma influente milícia iraquiana, Abu Mahdi al-Muhandis.
BOAS NOTÍCIAS PARA O CAMPO DA RESISTÊNCIA
A autoria dos sucessivos ataques direcionados contra bases militares utilizadas pelas forças lideradas pelo imperialismo ianque e contra os seus comboios militares e logísticos (caminhões que levavam suprimentos para suas bases, por exemplo) foi assumida por milícias iraquianas, em parte apoiadas pelo Irã, contrárias à intervenção ianque na região.
Sob a pressão de tais grupos pela saída das forças do USA e de seus lacaios, até mesmo o parlamento do governo fantoche do Iraque se viu forçado, em janeiro, a votar pela saída das tropas ianques do país, que prometeram fazê-lo, ainda que numa tentativa de apaziguar o sentimento anticolonial que transborda furiosamente no país. Por ora, no entanto, essa promessa ainda não foi cumprida.
No dia 31 de dezembro de 2019, a servir de exemplo, centenas de massas iraquianas invadiram o Complexo da Embaixada do USA em Bagdá e incendiaram parte do local, enquanto entoavam palavras de ordem como Morte ao USA! e exigiam o fim da ocupação militar colonial imposta pelos ianques contra o país.
Sobre as ações militares que as forças do USA vêm sofrendo, o general McKenzie declarou no dia 09/09: “Tivemos mais ataques indiretos ao redor e contra nossas bases no primeiro semestre deste ano do que no primeiro semestre do ano passado”.
“Sabemos que eles [forças da Resistência] têm sistemas de armas muito bons e não estão empregando seus sistemas de armas de última geração. Eles estão empregando coisas como foguetes e morteiros de 107mm, que não são tão sofisticados quanto alguns de seus outros sistemas de armas que possuem”, disse também, mas completou que não tem como saber até quando o USA pode contar com que a Resistência não use seus melhores armamentos.
Em março, três soldados da coalizão liderada pelo USA, dos quais dois eram ianques e um inglês, foram mortos durante um ataque a base de Camp Taji, próxima de Bagdá, e outros 14 soldados ficaram feridos. Três meses antes, poucos dias depois do assassinato de Soleimani, uma operação lançada pelo Irã deixou 100 soldados do imperialismo ianque hospitalizados com lesões cerebrais graves.