USA: Povo se levanta em rebelião contra assassinato de homem negro pela polícia

USA: Povo se levanta em rebelião contra assassinato de homem negro pela polícia

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Após novo assassinato policial covarde contra um homem negro, ocorrido no dia 25 de maio, o povo pobre se levantou em rebelião na cidade de Minneapolis, estado de Minnesota. Em uma onda de protestos que tomou várias regiões do USA, as massas enfurecidas destruíram comércios de redes monopolistas e revidaram as agressões da repressão policial.

George Floyd, de 46 anos, foi morto asfixiado durante uma abordagem. O policial que o abordou pressionou o joelho, com todo o peso do seu corpo, sobre o pescoço e garganta do homem, enquanto fazia provocações e posava com sua arrogância, com as mãos no bolso. George chegou a implorar pela vida e afirmar que não conseguia respirar. Nada que tenha comovido o criminoso uniformizado. Toda a abordagem até a morte de George foi filmada. 


Manifestantes protestam ao redor de uma viatura danificada. Foto: Estephen Maturen/Getty Images

Dois dias após o assassinato do homem, George Floyd, de 46 anos, os protestos continuaram ainda mais combativos em Minneápolis. Em vários dos protestos, a polícia tentou calar com tiros os manifestantes, sendo respondida com fogos de artifício. Além disso, diversos estabelecimentos do monopólio na cidade, como a franquia de hambúrgueres Wendy’s, foram incendiados, inclusive uma fábrica próxima da terceira delegacia de polícia, onde estava lotado um dos policiais assassinos de George. Lojas do monopólio como a Target também foram saqueadas pelas massas empobrecidas.


Um fogo de artifício explode enquanto incêndio toma uma loja perto da 3ª delegacia da Polícia em Minneapolis, Minnesota, 27 de maio. Stephen Maturen/Getty Images 

Manifestantes ainda se reuniram em frente à casa de Derek Chauvin, o policial que prendeu e sufocou Floyd com o joelho. Tinta vermelha foi jogada na entrada da garagem e a porta foi pichada com a palavra Assassino.


Policiais são obrigados a fazer a segurança da terceira delegacia de polícia de Minneapolis, no telhado, devido à rebelião das massas. Foto: Stephen Maturen/Getty Images 

No dia 26, um dia após o assassinato, o povo saiu às ruas em rebelião contra o genocídio da população pobre e negra pelos agentes do Estado ianque. Se reunindo no local onde George Floyd foi assassinado, no final da tarde, centenas saíram em marcha sob palavras de ordem como Sem justiça, sem paz! As centenas de manifestantes ainda reagiram à repressão policial, destruindo viaturas com pedras e tijolos, atacando a delegacia na qual serviam os assassinos e atirando pedras contra os policiais.

A fato desse odioso episódio ocorrer na pandemia não impediu as massas de expressar sua justa revolta. Ao contrário. Os manifestantes, em contraparte, distribuíram materiais de higiene para as mãos e máscaras durante o ato.

“Estamos aqui para informá-los que isso não será tolerado, haverá consequências severas”, disse um manifestante no protesto.

A repressão atiçou o povo a se unir: os motoristas de ônibus se recusam a transportar presos nas manifestações, gangues locais saíram às ruas para combater milícias de extrema-direita (que se armam para protegem grandes lojas dos saques); judeus, muçulmanos, brancos, negros, asiáticos e latinos democráticos estão cada vez mais se juntando aos protestos. Até as igrejas têm oferecido abrigo para os manifestantes diante da repressão.


Loja de departamento foi incendiada pelo povo. Foto: Nick Woltman/Pioneer Press

Policiais torturaram George até a morte

No dia 25, sob a “acusação de estar bêbado”, George Floyd foi encontrado próximo ao seu carro e, após se render sem oferecer resistência alguma, o agente da polícia, Derek Chauvin, com outros três cúmplices, o sufoca com seu joelho, de maneira humilhante, enquanto Floyd fica com o corpo e o rosto colados no asfalto. 

O vídeo, filmado por uma mulher chamada Darnella Frazier, viralizou nas redes sociais. É possível ver no vídeo as pessoas revoltadas com os agentes e pedindo para eles pararem e verificarem se Floyd ainda possuía pulsação, ao qual um dos polícias ameaça com violência os transeuntes. 

Depois de quatro minutos de tortura, Floyd fica estático, sem mais se debater ou dizer que não conseguia respirar. Uma das transeuntes revoltada ainda protesta: “O nariz dele está sangrando!”. Por outros seis minutos, o criminoso continua pressionando o pescoço de Floyd contra o asfalto.

A família de George Floyd clama por justiça, afirmando que os policiais deveriam ser acusados de assassinato. Rodney Floyd, irmão de George, indignou-se com a política genocida aos pretos em entrevista: “Eu tenho olhos. Você tem olhos. Você consegue ver o que viu, e eu vi, e a nação viu… e todo negro viu, a mesma coisa, porque não acontece com ninguém mais [além dos negros]”.

“Eles devem ser acusados de assassinato porque o que fizeram foi assassinato”, disse Brown ao monopólio de imprensa CNN. A irmã de George Floyd, Bridgett, concordou com seu irmão em outra entrevista: “Essas pessoas devem ir para a prisão. Eles assassinaram meu irmão”.

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