Manifestantes e povos nativos enfrentaram a Guarda Nacional, a polícia militarizada, e os apoiadores reacionários de Donald Trump contra a presença presidente genocida no Monte Rushmore. Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP via Getty
Cerca de 300 manifestantes, dentre ativistas e povos nativos, bloquearam a estrada que leva ao monumento histórico nacional do Monte Rushmore e enfrentaram a Guarda Nacional horas antes do comício do presidente arquirreacionário ianque Donald Trump no local, no dia 3 de julho.
Diante da tentativa da Guarda Nacional de dispersar o protesto, os manifestantes enfrentaram a repressão e os apoiadores fascistas de Donald Trump; os nativos estavam revoltados com a presença do presidente genocida no território considerado sagrado para o povo Sioux. A Guarda Nacional, por seu turno, começou a atirar balas de borracha e spray de pimenta contra os revoltosos, de acordo com o líder indígena Argus Sioux Falls.
Durante a manifestação, um grupo de mulheres indígenas cantavam canções tradicionais enquanto crescia a presença policial. Na multidão, manifestantes levavam cartazes com palavras de ordem como: Você está em terra roubada!, Defendemos a terra e a água! e Queremos nossa terra de volta!
À noite, 15 manifestantes que se recusaram a deixar o protesto foram presos.
“As pessoas [apoiadores fascistas de Trump] nos diziam para ‘ir para casa’ e era lá que estávamos, em nossa terra natal sagrada. Isso mostra como o sistema educacional norte-americano lava a história e ignora a quantidade de injustiça, genocídio e desigualdade em que este país foi construído”, disse Laura Ten Fingers (Tribo Oglala Sioux), uma das organizadoras do protesto combativo, ao Native News Online.
“Foi um dia impulsionado por orações e resiliência de nossos antepassados”, disse Ten Fingers. “Estávamos lá protegendo nossas terras de supremacistas brancos e da possibilidade de incêndios [nas florestas] e contaminação da água nas Colinas Negras”.
Mais tarde, Trump fez um discurso no Monte Rushmore, dizendo que o país estava sitiado por “fascistas” de “extrema-esquerda”, que faziam “uma campanha impiedosa para apagar nossa história, difamar nossos heróis, apagar nossos valores e doutrinar nossos filhos”.
Apesar de acusar a “extrema-esquerda” de “apagar a sua história”, representada ali pelo Monte Rushmore, onde estão esculpidos os rostos de quatro presidentes estadunidenses, a própria Suprema Corte do país, em 1980, declarou que o USA havia tomado ilegalmente a terra da tribo Sioux em um acordo mediado em 1873. As esculturas do Monte Rushmore foram concluídas em 1941.
Jeff Ostler, historiador da Universidade do Oregon, disse ao monopólio de imprensa ABC News que o governo federal ianque havia oferecido ao povo Sioux um acordo de 1 bilhão de dólares por ter tomado a terra. A tribo se recusou, dizendo que só aceitaria suas terras de volta.