Uma greve de cerca de 60 funcionários ocorreu no dia 30 de março contra a Amazon em Nova York, que se mostra indiferente à saúde dos funcionários e com o crescente número de infectados pelo novo coronavírus, entre eles. O líder do protesto espontâneo, Chris Smalls, foi demitido pela empresa após o ocorrido.
Vários trabalhadores da Amazon já haviam testado positivo para o coronavírus em 11 armazéns no USA, e um armazém no Kentucky foi obrigado a fechar temporariamente.
As demandas dos trabalhadores diante da crise sanitária (que afeta em grande escala o estado de Nova York) eram de que medidas de precaução e segurança fossem tomadas pelo monopólio, que seus armazéns fossem fechados e limpos após a contaminação de cerca de dez funcionários (segundo o The New England Journal of Medicine, o coronavírus pode sobreviver em itens como papelão por 24 horas, e em plástico por até três dias), mais materiais de limpeza, proteção e uma melhor política de licença por doença.
Além disso, na empresa, muitos trabalhadores são empregados temporariamente ou contratados sem benefícios como dispensa paga por doença, ou assistência médica. Além das demandas por mais proteção contra o coronavírus, os trabalhadores exigem mudanças nos salários miseráveis, e mais segurança no emprego dos trabalhadores temporários.
Histórico de exploração
Em março, Jeff Bezos, presidente da Amazon (que conta uma fortuna estimada de 115,6 bilhões de dólares) fez uma “carta aberta aos trabalhadores agradecendo pela colaboração” (por trabalharem em meio à pandemia por salários miseráveis). No entanto, a empresa tem a reputação de penalizar trabalhadores que tentam se sindicalizar e de tomar uma linha dura contra os trabalhadores que falam publicamente. Isso se mostrou claro no caso de Chris Smalls.
Apesar disso, mesmo dando condições miseráveis aos seus trabalhadores, esse ano, a empresa anunciou estar procurando contratar mais 100 mil funcionários de depósito no USA para ajudar a lidar com o aumento de pedidos. Porém, de acordo com os trabalhadores, a maioria dos depósitos já estão cheios e não há lugar para mais pessoas.
No ano passado, a empresa também enfrentou revoltas dos trabalhadores por cortar os benefícios de saúde para 1,9 mil funcionários temporários.
Protesto em frente à Amazon em Nova York, em julho de 2019. Foto: Kevin Hagen/AFP