USA: Trump quer classificar grupos antifascistas como ‘terroristas’

USA: Trump quer classificar grupos antifascistas como ‘terroristas’

No 1º de Maio de 2019, os maoistas norte-americanos celebraram os 100 anos da fundação do Partido Comunista dos Estados Unidos e anunciaram a existência de um Comitê para Reconstituir o Partido Comunista no país. Foto: Incendiary News

O ultrarreacionário Donald Trump manifestou sua intenção de qualificar grupos e organizações antifascistas norte-americanas como “terroristas”. A declaração aconteceu no dia 27 de julho, depois que os senadores republicanos Ted Cruz e Bill Cassidy entregaram uma resolução nesse sentido ao Comité Judiciário do Senado.

Trump ainda publicou em seu Twitter: “Estou ponderando declarar os ‘Antifa’, os covardes malucos de esquerda que andam por aí batendo nas cabeças de pessoas (apenas em não-lutadores) com bastões de baseball, como uma das principais organizações terroristas”. Escreveu ainda que, com isso, facilitaria “para a polícia fazer o seu trabalho”.

Enquanto perseguem os comunistas e antifascistas em geral, Trump e outros reacionários apresentam os diversos casos de terrorismo dos grupos de extrema-direita — como a Ku Klux Klan (KKK), por exemplo — como “casos isolados”. 

Ao contrário desses grupos, os antifascistas (incluindo os maoistas) dedicam suas atividades para combater as ações dos grupos fascistas, supremacistas brancos e outras aberrações extrema-direitistas. Da mesma forma, os antifascistas apoiam a luta dos imigrantes contra a violência que estes sofrem por parte dos grupos fascistas e do Estado imperialista ianque.

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Quem são os terroristas

Em 2018, não se registou qualquer morte por responsabilidade dos antifascistas, segundo a Liga Anti-Difamação, organização não governamental que dedica-se a monitorar o extremismo no USA. 

Todavia, segundo a mesma entidade, “houve mortes claramente associadas ao extremismo de direita”, registrando-se pelo menos 50 assassinatos por crime de ódio. 

Desde 1990, pelo menos 500 pessoas inocentes (trabalhadores imigrantes e negros, principalmente) foram assassinadas por militantes de extrema-direita no USA. No mesmo período, a única morte associada aos antifascistas foi a de um neonazista, em 1993, num conflito em que ambos os lados dispunham de armas de fogo.

Tudo indica que a criminalização dos antifascistas faça parte de uma estratégia mais alargada para perseguir militantes e grupos da esquerda revolucionária. No USA, recentemente, florescem organizações proletárias combativas e maoistas que levantam a bandeira antifascista e da luta revolucionária, como bem tem noticiado o excelente periódico Incendiary News.

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