‘Vamos nos organizar porque a Palestina precisa de nós’, promete presidente da Fepal em encerramento do Congresso

Centenas se reuniram em Grande Plenária de Solidariedade. Foto: Reprodução/Fepal

‘Vamos nos organizar porque a Palestina precisa de nós’, promete presidente da Fepal em encerramento do Congresso

O Congresso da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) encerrou suas atividades na tarde do dia 22 de setembro, depois de intensos três dias de mobilização. 

O último dia do Congresso concentrou as atividades internas da organização. Os delegados se reuniram para deliberar as discussões que ocorreram nos Grupos de Trabalho, reunidos no dia anterior, e eleger a nova direção. 

“Cumprimos os nossos objetivos”, disse o presidente reeleito da Fepal, Ualid Rabah, ao repórter do jornal A Nova Democracia. De acordo com Rabah, o 11° Congresso da Fepal mobilizou a maior quantidade de delegados, de jovens e de mulheres na história da Federação. 

“Delineamos novos desafios para os quais criamos novas Secretarias, como a Secretaria de Mobilização Social e a Secretaria que vai tratar do resgate institucional da Fepal, da história do movimento palestino no Brasil e da história da imigração”, relatou Rabah.

Nova direção da Fepal. Foto: Reprodução/Fepal

‘Resistir por todos os meios possíveis’

O segundo dia de Congresso iniciou pelas discussões dos Grupos de Trabalho. Os grupos discutiram temas como Juventude, Formação Histórica e Política, Mulheres, Refugiados e Direitos Humanos e Apartheid. 

Nos corredores do Hotel onde foi sediado o Congresso, quadros de artistas populares ornamentavam o ambiente e livreiros vendiam publicações a Palestina e o Oriente Médio.

À tarde, a Fepal organizou mesas com intelectuais, jornalistas e ativistas para debater vários temas. Uma delas reuniu o professor e pesquisador Salem Nasser, o secretário de Assuntos Jurídicos da Fepal, Nasser Judeh e o ex-perito do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Sami El-Judin, para debater o genocídio na Palestina e o Direito Internacional.

“O que ocorre na Palestina é um genocídio com todas as características do crime”, disse o professor Nasser durante o debate. O professor também analisou as insuficiências do Direito Internacional e dos organismos internacionais frente ao conflito. 

“Atualmente, ou a Corte Internacional de Justiça reconhece o genocídio e aplice o direito ou não aplica e perde sua credibilidade”, disse ele. “A Corte e o Tribunal Penal Internacional estão acabando”, completou, ao se referir à desmoralização das instituições. 

Mesa “o genocídio e o direito internacional”, com Salem Nasser. Foto: Reprodução/Fepal

E concluiu com a mensagem de que “devemos usar o direito para resistir até onde ele permite, mas também resistir por fora dele, por todos os meios possíveis”. 

Outras mesas discutiram o papel da solidariedade internacional, a função da cultura e da arte e o cenário internacional. Figuras como Francisco Rezek, ex-ministro das Relações Exteriores e do Supremo Tribunal Federal, criticaram como os líderes do Estados Unidos apoiam descaradamente o sionismo. “Joe Biden, essa figura patética e caquética, foi nas últimas décadas o político americano que mais recebeu dinheiro do lobby israelense”, afirmou Rezek. 

Grande plenária de solidariedade 

No fim do dia, os presentes se reuniram em um salão para participar da Grande Plenária de Solidariedade ao Povo Palestino. 

Participaram do encontro delegados, ativistas, veteranos e jovens da Causa Palestina, jornalistas e integrantes de Comitê de Solidariedade de diversos estados brasileiros. 

O Secretário-Geral da Confederação Palestina Latinoamericana e do Caribe, Emir Mourad, prestou homenagens ao Líbano e lembrou os tempos de juventude, quando observou o crescimento das guerrilhas antissionistas no país levantino. 

Uma estudante, que representou a Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe), disse como os palestinos se levantaram contra o sionismo e o imperialismo norte-americano, listou os bombardeios às universidades e escolas em Gaza e apontou a necessidade de ocupar universidades pelo Brasil contra os laços mantidos com universidades israelenses. 

O representante do jornal A Nova Democracia apontou que “o Congresso ocorre em meio ao genocídio do povo palestino”, mas também em meio “à maior epopeia da luta armada do século XXI, lançada no dia 7 de outubro, e que mobilizou as forças anti-imperialistas do Oriente Médio, o povo libanês, o povo iraquiano, o povo iemenita, a um nível sem precedentes”. 

“A guerra de libertação nacional do povo palestino estremeceu o sionismo, os senhores da guerra imperialista e maior organização terrorista do mundo, que se chama Estados Unidos da América”, pontuou o jornalista. 

“O povo palestino vai triunfar porque aplica sistematicamente as táticas aplicadas pelos povos oprimidos contra o imperialismo. As táticas desenvolvidas na Guerra Popular chinesa contra o imperialismo japonês, na Guerra Popular Vietnamita contra o imperialismo norte-americano”.

A cobertura de AND, o primeiro jornal popular e democrático a lançar um plantão 24 horas e um programa ao vivo exclusivamente sobre a Palestina, também foi retomada. “O A Nova Democracia seguirá comprometido com o povo palestino sob quaisquer consequências”. 

Enfrentamento ao genocídio

A abertura do Congresso ocorreu no dia 20 de setembro e reuniu cerca de 500 pessoas, dentre mais de 200 delegados e apoiadores externos, como jornalistas e ativistas. 

Nela, o presidente da Fepal, Ualid Rabah, pontuou que este era o Congresso que vai “derrotar o genocídio e pôr o sionismo no seu lugar”. 

Atualmente, mais de 41 mil palestinos já foram assassinados pelo Estado de Israel desde o 7 de outubro. Outros 10 mil estão soterrados, provavelmente mortos, e 95,8 mil estão feridos. 

As forças da Resistência Nacional Palestina operam com bravura em Gaza e na Cisjordânia, enfrentando as tropas do sionismo na forma de guerra de guerrilhas. 

Por todo o Oriente Médio, outros grupos anti-imperialistas, como o Hezbollah, do Líbano, e Ansarallah, do Iêmen, se lançam em solidariedade com o povo palestino, juntando as ações armadas às mobilizações de massa dos povos de cada país.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: