Ao menos 12 mineiros morreram na inundação de uma mina de ouro em El Callao, no estado venezuelano de Bolívar. A inundação ocorreu no dia 31 de maio, mas corpos continuavam a ser encontrados ainda no dia 4 de junho. As buscas por sobreviventes ou mortos ainda seguem na região. O estado de Callao fica na zona do Arco Mineiro do Orinoco, região onde há alta concentração de minas regulares e irregulares que operam sob consentimento e incentivo do velho Estado venezuelano e que impõe péssimas condições de trabalho aos garimpeiros e demais operários que trabalham nas minas locais.
A inundação ocorreu após fortes chuvas atingirem o estado de Bolívar e abarrotarem o rudimentar sistema de túneis das minas Isidora e Talavera. Os garimpeiros foram impedidos de sair pela entrada da água e morreram submergidos ou esmagados nos profundos caminhos subterrâneos das minas. A autópsia nos mineiros encontrados revelou que a principal causa da morte foi insuficiência respiratória.
Os túneis de muitas dessas minas são muitas vezes abertos pelos próprios mineiros e garimpeiros, que são forçados a trabalhar nas péssimas condições de trabalho impostas pelas mineradoras e pelo velho Estado venezuelano. Sem condições para construir estruturas seguras, esses trabalhadores labutam cotidianamente nos frágeis caminhos subterrâneos para extrair os minérios explorados pelos monopólios imperialistas ou estatais do país.
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A zona do Arco Mineiro do Orinoco foi projetada pelo governo de Nicolás Maduro em 2016 para impulsionar a exploração mineral na região. Desde então, diversas minas regulares e irregulares se instalaram na região para explorar o povo e as riquezas naturais do país à serviço da grande burguesia local e do imperialismo, principalmente russo.