Venezuela: Agressão ianque é desatada como golpe de Estado

Venezuela: Agressão ianque é desatada como golpe de Estado

Mike Pompeo, secretário de Estado dos USA, este sábado na sessão do Conselho de Segurança da ONU. FOTO: (AFP)

Desde a sua autoproclamação como “presidente” da Venezuela, o lacaio ianque Juan Guaidó (atual presidente da Assembleia legislativa, o velho Parlamento venezuelano) recebeu o apoio dos seguintes países: Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, Reino Unido, e é claro, o USA, que foi o primeiro a reconhecer sua presidência, pois que era o promotor da sedição reacionária.

O USA, para consolidar a sua agressão imperialista por meio de um golpe de Estado, convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU com o objetivo de pressionar os países imperialistas e a própria ONU a reconhecer o títere ianque como “presidente legítimo”. O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se no dia 26 de janeiro.

Em contraponto, a Rússia imperialista e a China social-imperialista, que têm interesses na Venezuela, acusaram o USA de estar pondo em marcha um golpe de Estado no país e se colocam na defesa do “governo legal” de Maduro.

Os países da União Europeia tomam posição ao lado do USA, mas frente a descarada intervenção, tergiversam pedindo “eleições abertas”, buscando diferenciar-se e passar a impressão de que defendem a “democracia”. Alemanha, França e outros países ultimaram Maduro a realizá-las em até oito dias e, como não ocorreram, passaram a reconhecer o títere ianque como chefe de governo. Entretanto, o Parlamento Europeu reconheceu Guaidó como presidente legítimo em 31 de janeiro.

O chanceler venezuelano, Jorge Arraeza, também compareceu ao Conselho de Segurança da ONU e em sua fala declarou: “De onde vocês tiram que têm algum poder para dar prazos ou ultimatos a um povo soberano? De onde tiram tal ação intervencionista e, diria eu, até infantil?”, denunciou.

‘À nação venezuelana cabe a resistência’

Um importante documento publicado pela Associação de Nova Democracia Nuevo Peru (Hamburgo, Alemanha), intitulado Ao povo patriótico venezuelano cabe travar uma heroica luta contra o agressor imperialista e seus lacaios, faz uma defesa contundente da necessidade de uma guerra anti-imperialista que deve ser levada a cabo pela nação venezuelana que deseja independência e soberania, contra o agressor imperialista ianque. A Associação analisa que a contradição principal na Venezuela no momento é a contradição nação versus imperialismo, pois os ianques passaram a intervir diretamente contra a nação, pondo em marcha um plano de invasão e ocupação.

A Associação avalia que o USA passou a intervir diretamente, a princípio, por meio de um golpe de Estado que, se fracassar, será incrementado por outras formas de agressão estrangeira como uma intervenção armada direta. “A intervenção militar do imperialismo ianque, que começou como um golpe de estado acompanhado de um desdobramento e cerco de forças para levar a capitular o governo de Maduro e subjugar a nação, não vai parar por aí se não atingir seus objetivos, vai desenvolver-se escalando em todas as áreas para tentar alcançar seus objetivos e, portanto, suscita e levantará uma nova onda contra o imperialismo ianque entre os povos da América Latina e do mundo.”, denuncia.

“A agressão imperialista contra a Venezuela, que nesse momento desenvolve-se na forma de um golpe de Estado, deixa bem claro que cabe ao povo venezuelano levantar-se contra o USA e decidir-se firmemente a enfrentar com armas a intervenção imperialista armada.”, afirma.

A Associação analisa, em outra publicação em seu canal na internet, que a “ajuda humanitária” que está sendo barrada na fronteira pelo governo Maduro é “o ‘cavalo de troia’ criado pelo imperialismo para ocultar a invasão”.

“Os imperialistas querem abrir as fronteiras do país e, logo, fabricarão o pretexto para empurrar suas tropas para dentro das fronteiras da Venezuela agredindo-a vil e covardemente. O plano de intervenção militar ianque contempla avançar com suas tropas ou outras no território venezuelano com o pretexto de proteger a ‘ajuda humanitária’, para arrancar um ‘pedaço’ do território venezuelano e entregá-lo para a marionete do imperialismo ianque, declarando-o um ‘governo efetivo’ e não só de reconhecimento.”. Segundo os maoistas, o plano do USA é mudar o status da Venezuela de semicolonial para colonial.

A Associação critica as ilusões de Maduro, que ainda fala sobre a possibilidade de um acordo e não vê a necessidade de uma luta de libertação nacional armada contra o USA. “Maduro chega a afirmar que ‘está de acordo com uma iniciativa diplomática de diálogo’”, diz e prossegue: “Como se pode ver nas próprias palavras de Maduro, por suas limitações de classe, como representante de um setor da fração burocrática da grande burguesia, ele não avalia bem a situação nacional e duvida do que tem que fazer, crê que pode negociar, porém, no momento atual, se trata de atuar decididamente, de pegar em armas, a situação que se impõe é a de capitular ou a de lutar”.

A Associação avalia que, a Maduro, cabe uma decisão histórica: “Se ele capitular, vai cumprir a ordem do amo imperialista ianque que o ordena a deixar o governo e convocar eleições a legitimar um novo governo pelas urnas, pela farsa eleitoral sob o controle direto dos imperialistas e seus fantoches ou outro da mesma laia. Trump ameaçou usar de maior violência caso Maduro não cumpra a ordem imperialista. Se escolher lutar, Maduro estará defendendo a soberania e a independência de seu país e estará servindo, assim, querendo ou não, à revolução de nova democracia na Venezuela, que irá desenvolver-se armadamente, tendo como principal contradição, em sua primeira etapa, a contradição nacional-imperialista e as outras duas serão secundárias no momento”.

Por fim, o documento da Associação deixa explícito o caminho para alcançar a verdadeira libertação do país: “Ao proletariado da Venezuela, ao seu destacamento mais avançado – os maoístas – corresponde fundir-se com os operários, camponeses, pequeno-burgueses, burguesia nacional e todos aqueles que estão dispostos a fazer uma frente contra o agressor imperialista ianque e seus lacaios. Devem participar ativamente da mobilização geral do povo do campo e da cidade para preparar uma ampla guerra de resistência armada, lutando para dirigir as massas no curso dos acontecimentos bélicos e lutando pela reconstituição do Partido Comunista da Venezuela para transformar a luta armada de resistência em uma guerra popular de libertação nacional”.

“É necessário unir todos aqueles que não querem ser escravos do Estados Unidos, todos aqueles que defendem a independência, a soberania e a dignidade nacional do país, todos aqueles que recusam-se a se submeter à intimidação, interferência, controle e agressão dos imperialistas ianques. Com todos eles, é necessário unir e mobilizar, se colocando contra os chamados à conciliação, à paz ou privilegiando as negociações antes de agir resolutamente para esmagar a agressão do imperialismo ianque que desenvolveu-se momentaneamente na forma de um golpe de estado.”, prossegue.

“As forças patrióticas devem aplicar o centralismo democrático e defender as condições de vida do povo; os maoístas, como representantes do proletariado e da sua vanguarda em ascensão, são responsáveis por criticar todas as expressões do capitulacionismo nos representantes das outras classes e daqueles que demonstram pouca decisão de assumir o dever que lhes corresponde.”, conclui.

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