Operários da Siderúrgica del Orinoco (Sidor), empresa estatal burocrática venezuelana na cidade de Guyana, paralisaram a produção por 8 horas no dia 28 de junho, em protesto à demissão de 16 trabalhadores punidos após uma greve de uma semana no final de abril por aumento salarial e mais direitos. Os trabalhadores haviam sido demitidos por “pôr em risco o processo produtivo da empresa” e “liderar” a greve.
Os trabalhadores demitidos haviam sido abordados no dia 22/06 por funcionários da Inspeção do Trabalho que haviam lhes entregue os documentos em relação ao desligamento. Após a greve, o presidente da empresa havia “prometido” reintegrar os trabalhadores, porém três deles, os mais ativos, ainda não haviam sido readmitidos após da greve.
Monopólio burocrático ameaça os trabalhadores e mente
Além disso, os operários denunciaram que a administração convocou os 16 trabalhadores, acusados de “causar prejuízos milionários à estatal” devido à paralisação, para uma reunião não oficial em que receberam ameaças de prisão, entre outras, se eles continuassem a protestar ou liderar quaisquer outras ações de reivindicação.
A reunião contou com a presença de políticos venezuelanos, nacionais e regionais, representantes das empresas da Corporação Venezuelana da Guiana (CVG) e forças de repressão do velho Estado. Além disso, se utilizaram dos funcionários da reacionária Inspeção do Trabalho e responsáveis pela área do Direito do Trabalho para ameaçar os operários afirmando que “quem se levantar será expulso”.
O monopólio burocrático também colocou a Guarda Nacional na siderúrgica antes e após a greve como forma de intimidar os trabalhadores.
Os operários afirmam que, entretanto, já esperavam que a empresa não cumprisse com nada do que prometeu, uma vez que um dia antes do início da greve, havia prometido o “céu” aos trabalhadores para os desmobilizar: um aumento salarial de 186% e a reincorporação de 800 trabalhadores à siderúrgica. Cientes da tentativa de manipulação pelo monopólio burocrático, a greve seguiu.
Operários da Sidor em greve. Foto: Reprodução