Luiz Inácio aproveitou a preparação da 28° Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-28), que será realizada a partir do dia 30 de novembro nos Emirados Árabes Unidos para tentar fortalecer o setor do capital não-estatal (“privado”) e estrangeiro no Brasil. O presidente fez uma parada no dia 29 de novembro na Arábia Saudita para conversar com príncipe Mohammed bin Salman acerca de investimentos no “Novo PAC”, projeto vitrine do governo para o ano de 2024.
O “Novo PAC” foi lançado em agosto deste ano com a meta de investir cerca de R$ 1,68 trilhão em projetos e obras. Para atingir esse objetivo, o governo depende sobretudo de empresas privadas, dentre elas as empresas estrangeiras e imperialistas. Segundo os planos, R$ 612 bilhões dos investimentos devem vir destas, principalmente por meio das parcerias-público-privadas (PPPs).
Na reunião de agora, Luiz Inácio busca captar a atenção dos países da região para sua nova aventura. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o governo quer receber R$ 10 bilhões dos sauditas. Os investimentos devem ir prioritariamente para áreas do Novo PAC, como obras de infraestrutura do transporte. De acordo com a agenda de Luiz Inácio, o encontro contará com almoços que reunirão grandes burgueses brasileiros e sauditas. No dia seguinte, o presidente deverá ir para o Qatar, onde fará um novo lobby entre os magnatas do Brasil e com o Emir do país árabe, Tamim bin Hamad al-Thanin.
Às custas do povo e da Nação
A ideia do projeto e do lobby de Luiz Inácio é tentar dar aparências de “retomada econômica” pelo impulsionamento de grandes projetos e benefício titânico a grandes empresários, principalmente da construção civil. As edições antigas do programa, apesar do benefício a esses setores, não trouxeram desenvolvimento ao País e falharam em concluir a maioria dos projetos. De todas as 29 mil obras iniciadas nas edições 1 e 2 do PAC, somente 16,8% haviam sido terminadas até 2016, ano de encerramento “não oficial” do programa. Na edição “3”, 43% das obras correspondem a projetos inacabados.
É provável que os novos investimentos almejados por Luiz Inácio sejam feitos, uma vez que as últimas edições, apesar do fracasso no desenvolvimento do País, geraram lucros exorbitantes para as grandes empresas envolvidas. Toda a farra foi sustentada pela exploração máxima de operários, submetidos a condições de trabalho servis nos canteiros de obra e falta de direitos básicos, além de alojamentos precários e um grande número de acidentes de trabalho e morte dos trabalhadores. Todo esse histórico é motivo de grande interesse para os magnatas de agora.