Vitória anti-imperialista: Trump anuncia fim das operações ianques no Iêmen

Foto: Mohammed Huwais/AFP

Vitória anti-imperialista: Trump anuncia fim das operações ianques no Iêmen

O presidente dos EUA Donald Trump teve a humilhante tarefa de anunciar hoje (06/05) a retirada das frotas ianques do Mar Vermelho e o fim das operações militares contra o Iêmen, sem que nenhum objetivo militar tenha sido alcançado em mais dois meses de bombardeios diários contra instalações civis. Essa é a segunda retirada da marinha ianque contra os Houthi, que ao longo de um ano e seis meses expeliram seis porta-aviões dos EUA com sucessivas saraivadas de mísseis.  

O anúncio se deu em um momento em que as operações militares dos EUA contra a população iemenita estavam sendo profundamente questionadas tanto pela imprensa estadunidense, quanto por setores do próprio governo de Trump. Em mensagem, o vice-presidente J.D Vance expôs sua preocupação para o secretário de defesa Peter Hegseth e o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz que considerava as operações no Iêmen “um erro”. Para Vance, os ataques deliberados contra os iemenitas, feitos apenas para atender os interesses de Israel, estavam elevando os gastos militares, enquanto outros países europeus, apoiadores do sionismo, operam sem grandes gastos militares.  

Não é por menos. Durante as primeiras três semanas de operação após o retorno dos ataques, em março, os gastos militares dos EUA com as operações no Iêmen superaram os US$ 1 bilhão. Após esse vazamento a Marinha ianque deixou de divulgar dados referentes a gastos militares e seguiu ocultando a quantidade real de baixas sofridas pelos ataques iemenitas às frotas estadunidenses, conforme denunciado pelo portal norte-americano The Intercept. 

Iêmen declara a imposição de um “bloqueio aéreo abrangente” a Israel – A Nova Democracia
O Ansarallah aconselhou todas as companhias aéreas do mundo a levarem o comunicado a sério, desde o momento em que a declaração foi publicada, às 16h40 (horário de Brasília).
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A retirada das tropas ianques se deu um dia após um ataque massivo das tropas norte-americanas, em coordenação com Israel, a pelo menos três instalações civis no Iêmen, sendo elas o Porto de Hodeidah, o Aeroporto de Sanaa e uma fábrica de cimento. 

Ao anunciar o fim das operações, Donald Trump tentou sair como vitorioso afirmando que o Ansarallah teria “implorado” por um cessar-fogo: “Eles disseram: por favor não nos bombardeiem mais e não vamos atacar seus navios.” Contudo, Mohammad Ali Al-Houthi, chefe do Comitê Revolucionário do Iêmen afirmou que “O povo iemenita não se intimidou pelo terrorismo americano e israelense, e os crimes que cometem no Iêmen é o mesmo genocídio que eles praticam em Gaza”. Em seguida Al-Houthi afirmou que as operações contra o Estado Sionista e em apoio a Gaza seguirão ativamente. 

Manifesto Comunista
Informações do produto: O combo inclui: Dois bonés de cor Bege e Vermelha da Liga dos Camponeses pobres; Um ‘Manifesto do Partido Comunista’, Um livro ‘Citaç…
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Em entrevista para o jornal libanês Al-Mayadeen, o membro do Birô Político do Ansarallah Mohammed Al-Bukhaiti afirmou que se necessário seguirão combatendo nos três fronts: israelense, norte-americano e britânico. 

Guerra em novos contornos? 

Donald Trump anunciou que realizará nos próximos dias um “importante pronunciamento” sobre o Oriente Médio, em uma viagem que realizará às monarquias a ele subservientes da Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos (EAU). A viagem ocorre em meio a constantes ameaças de uma invasão por terra por parte de grupos paramilitares organizados no Sul e Leste do Iêmen, com apoio Saudita e dos EAU. 

Nas últimas semanas, a Reuters chegou a afirmar que os EUA estariam preparando um pacote de US$ 100 bilhões em armamentos para o governo saudita, a fim de elevar as operações contra o povo iemenita e como um “incentivo” a firmar relações com Israel, incluindo possíveis cooperações militares, em moldes semelhantes ao que já faz os Emirados Árabes. 

Nesse sentido, os iemenitas estão desenvolvendo uma série de vigílias armadas em toda a extensão do território governado pelo Ansarallah, a fim de fortalecer a retaguarda contra qualquer forma de invasão.

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