Os votos das eleições norte-americanos começam a ser contados hoje (5/11), num processo de permanente incerteza sobre qual reacionário, entre Kamala Harris (“Democrata”) e Donald Trump (Republicanos), encabeçará a gestão do Estado imperialista do Estados Unidos (EUA) pelos próximos 4 anos. Os votos dos árabes, muçulmanos e apoiadores da Palestina terão um peso-chave no resultado final, segundo as pesquisas. O pleito deste ano no EUA foi marcado por turbulências, como a patranha por trás do atentado contra o ultrarreacionário Donald Trump, e as explosões de urnas pelo país.
Apoio de bilionários e boicote
Seguindo o padrão das últimas eleições, o Estado ianque fez uma grande campanha para mobilizar as pessoas a votarem. A intenção é reverter o quadro crescente de eleitores ausentes ou mesmo de votos de protesto, um sinal da crescente desmoralização do velho sistema político vigente no País e da insatisfação das massas populares com o processo eleitoral – que, em última instância, tem como propósito legitimar a velha ordem. De acordo com uma pesquisa do Centro de Pesquisa para Assuntos Públicos da Associated Press, 70% dos eleitores estão frustrados ou ansiosos sobre as eleições, e poucos expressam entusiasmo.
Ambos os candidatos foram financiados por bilionários imperialistas para mover a campanha; Harris recebeu apoio de magnatas como Bill Gates e James Dimon, enquanto Trump é apoiado por ricaços reacionários, muitos do Vale do Silício.
A particularidade deste ano reside no fato de que a questão Palestina tem um peso central nas eleições, e mesmo nos índices de boicote. “Em 2020 eu votei. E votei em Biden. Mas então, dessa vez, vimos esse genocídio se desenrolar sob um presidente democrata. Percebi que os dois partidos são exatamente a mesma coisa, exceto pela forma como atraem os eleitores”, disse um estudante da Universidade de Columbia, em entrevista ao jornal The Worker. “Como palestino, só de ver as atrocidades do ano passado, não faz sentido para mim votar em nenhum deles. Mesmo que isso signifique que teremos Trump. Porque para mim isso não significa nada. Eles são iguais”.
Urnas explodidas e patranhas durante as eleições
Paralelamente, a violência política foi, mais uma vez, regra durante o pleito. Um episódio revelador foi a patranha por trás dos tiros disparados contra Trump, que elevou a crise política ianque a níveis não vistos há décadas, com chances de se elevar a patamares sem precedentes.
No mês de outubro, explosões de urnas também foram registradas entre os dias 8 e 29, ainda sem conclusão sobre quem está por trás. A imprensa monopolista e auditores do pleito tacharam as explosões de “ataque à democracia”. O jornal da burguesia imperialista alinhada aos “Democratas”, New York Times, disse que fontes policiais anônimas disseram que cédulas estavam com frases como “Palestina Livre” e “Gaza Livre”, mas, oficialmente, o FBI não disse nada. O jornal The Worker diz que pode se tratar de bandeira falsa, mas não está descartada a participação de setores progressistas por trás.
A contagem dos povos continuará pelos próximos dias. O fim da farsa, contudo, não tende a atenuar a crise política em curso no EUA, uma vez que a crise econômica, vinculada à crise geral do sistema imperialista, tende a continuar – levando, assim, a mais guerras de agressão, o aprofundamento da questão migratória (consequência da espoliação dos países oprimidos) e a retirada de direitos e maior exploração do proletariado norte-americano, para ficar em somente alguns dos sintomas.