Colômbia: ELN explode escola de cadetes da Polícia Nacional

Colômbia: ELN explode escola de cadetes da Polícia Nacional

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Escola de cadetes após a ação do ELN 

O Exército de Libertação Nacional (ELN) realizou uma ação com carro-bomba contra uma escola de agentes da repressão colombiana, a escola de cadetes da Polícia Nacional da Colômbia, localizada ao sul de Bogotá. O ataque ocorreu no dia 17 de janeiro e deixou 21 militares mortos. Segundo o portal oficial do ELN, todas as vítimas foram agentes da repressão.

O ELN afirmou também que a ação foi executada como resposta ao governo reacionário colombiano que continuou atacando as áreas sob controle ou atuação dos guerrilheiros, descumprindo o cessar-fogo.

“Eles (as Forças Armadas) aproveitaram o cessar-fogo para avançar as posições das suas tropas. É, portanto, muito desproporcional que, enquanto o governo nos ataca, coloque que nós não podemos responder em legítima defesa.”, afirma o ELN, justificando seu ataque.

O presidente da Colômbia, Ivan Duque, ordenou a prisão de dez membros do ELN que estão participando das negociações de paz, em Cuba – país que está mediando as negociações.  

O ‘acordo de paz’ e ilusões constitucionais

A alta direção do ELN está negociando para assinar um acordo de capitulação com o velho Estado colombiano, assim como fizeram os altos dirigentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2016. No entanto, em suas bases há grande resistência por constatarem o fato já demonstrado de que, após a rendição, os ex-guerrilheiros são vítimas de genocídio e os “acordos políticos” são descumpridos pelas forças reacionárias.

O caso mais recente é o das próprias Farc, que teve pelo menos 85 ex-combatentes assassinados apenas entre os meses de setembro e novembro de 2018. Em 1985, as forças políticas colombianas de “esquerda”, algumas delas oriundas de grupos guerrilheiros, aglutinadas em torno da sigla eleitoreira “União Patriótica” (UP), também tiveram quadros e militantes executados por paramilitares e militares.

A Organização Maoista para a Reconstrução do Partido Comunista da Colômbia, em documento intitulado “Diálogos de paz” são parte do caminho burocrático do Estado, publicado no blog Servir ao Povo em 2017toma posição sobre o tema das negociações de paz que se dá entre grupos guerrilheiros e o velho Estado.

“Grita-se aos quatros ventos: finalmente ‘haverá paz’ na Colômbia, chegou o ‘desenvolvimento rural’, pondo ‘fim ao derramamento de sangue’, haverá ‘vida melhor para os colombianos’. Uma mentira atrás da outra, repetidas tanto pelas Farc e seus seguidores como pelo governo atual. Uns e outros planteiam manter-se em essência alinhados nesta ‘democracia’ de grandes burgueses e latifundiários, sem transformar os alicerces que geram a opressão e a exploração do povo colombiano.”, denunciam os maoistas.

“Sem solução para os verdadeiros problemas das massas, sem acabar com a exploração, sem que o povo tenha o PODER, não haverá paz. Na Colômbia exige-se iniciar e desenvolver uma revolução agrária que destrua o latifúndio e acabe com o saque por parte do grande capital. O povo quer paz, mas a luta é o único meio para conquistar uma vida melhor. O povo seguirá lutando e, como sempre, através dessa luta conseguirá bem-estar, felicidade e uma verdadeira paz. Sem o Partido Comunista militarizado, no entanto, não se logrará a transformação revolucionária da sociedade. Lutemos por reconstituir, sobre a base das lutas e da experiência do nosso povo, o Partido do proletariado que dirija as massas até sua libertação. Chamamos aos revolucionários coerentes – que não tem claudicado ante o chamado pacificador do imperialismo e da reação – a desmascarar aos falsos líderes do povo que hoje regateiam o mecanismo de inserção dentro da democracia burguesa-latifundiária, a assumir a ideologia do proletariado: o marxismo.”, declarou a Organização Maoista.

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