Editorial
É preciso polarizar, na disputa política e na consciência das massas, a verdadeira contradição principal na esfera política: a luta revolucionária pela terra, por um lado, e os grupos paramilitares armados pelo latifúndio e pelo bolsonarismo
A guerra camponesa, que até aqui tem sido por defender e conquistar as terras, tende a tomar novas e maiores proporções, apontando à conquista de um Novo Brasil. Neste cenário, agudizar-se-á ainda a contradição no seio da reação, de como sair de sua crise geral de decomposição de sua economia semicolonial-semifeudal com reflexos profundos no sistema político e no espírito da sociedade
Longe de arrefecer aos progressistas, esse cenário deve mobilizá-los a todos em defesa da Revolução Agrária – onde, de fato, estão sendo combatidos e derrotados os “galinhas verdes”, fascistas e assassinos reacionários, criaturas das “Forças Especiais” anticomunistas.
As forças anti-imperialistas, frente a um risco deste tipo, não se deterão a lançar entediantes apelos pela paz, mas se levantarão com toda a fúria contra os criminosos incendiários da guerra injusta, com fustigamentos de toda sorte desde suas entranhas.
A situação no Oriente Médio é demonstrativa de que a situação internacional está marcada por grandes abalos sísmicos, crises de todo tipo entre as nações imperialistas; desordens e tempestades revolucionárias, por um lado, de reação em toda a linha por parte do imperialismo, por outro.
Colocar o fascismo na defensiva, aplacá-lo, golpeá-lo, diminuir sua importância social e política e seus aderentes, e crescer as forças progressistas, propagar os valores democráticos e mobilizar audazmente os amantes das liberdades democráticas: tudo isso é possível, na condição única de que golpeie sem piedade os “galinhas verdes” organizados em grupos paramilitares a serviço e mando do latifúndio – nascedouro principal dos valores de extrema-direita e seu reduto social mais importante.
A guerra camponesa revolucionária, dando saltos em sua força como condição para não ser trucidadas pelos paramilitares bolsonaristas (acoitados pelas instituições “democráticas” e pelos governos “progressistas”), que enviam as suas tropas assassinas em nome do “Estado Democrático de Direito”, será a contraofensiva dos antifascistas, dos revolucionários e dos democratas genuínos contra os celerados bolsonaristas.
A eleição de Donald Trump, quase quatro anos da invasão do Capitólio de 6 de janeiro, é sintomático do grau de decomposição da “democracia americana” – que sendo Estados Unidos a superpotência hegemônica única, reflete e condensa a própria crise geral de decomposição de toda a velha ordem imperialista, destacadamente de sua tão enaltecida “democracia universal”.
Ser antifascista é ser defensor da luta revolucionária rural pela terra a quem nela trabalha e pela destruição do latifúndio, que aponta para a transformação da estrutura agrária latifundiária pela via proletária, onde se combate a extrema-direita armada, muito mais do que a defesa genérica de democracia.