Estudantes da UFOP repudiam cobrança de energia elétrica em moradia universitária; veja vídeo

Estudantes da UFOP repudiam cobrança de energia elétrica em moradia universitária; veja vídeo

Print Friendly, PDF & Email

Nesta quarta-feira, dia 01 de março estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) realizaram manifestação contra a imposição de cobrança de energia elétrica nas moradias universitárias por parte da universidade. Os estudantes realizaram agitação em frente ao restaurante universitário (R.U.) da UFOP e em seguida caminharam em ato até a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (PRACE) onde se colocaram e pressionaram a pró-reitora reivindicando que a universidade pague as contas de energia elétrica e melhore as condições de infraestrutura nas moradias.

A instituição quer obrigar os estudantes a arcarem com o custo de energia elétrica nas moradias e transferir a titularidade das contas do CNPJ da universidade para o CPF de um dos estudantes. A universidade subsidia em média R$250, valor insuficiente para pagar a conta de luz das moradias com aproximadamente 20 estudantes por casa.

Beatriz de 21 anos e moradora da vila universitária estava participando da manifestação e declara: “A gente recebeu um e-mail e em momento algum foi aberto dialogo para ficarmos sabendo da situação, nós recebemos realmente uma violência”. O e-mail em questão continha um oficio encaminhado no dia 13 de fevereiro aos estudantes que boicotaram a chantagem da universidade se recusando a pagar e dizia que “a Resolução […] ainda define […] advertência por descumprimento dos deveres descritos no art. 28 e Perda do direito a vaga em caso de reincidência na penalidade de advertência, no período de um ano.”

E-mail recebido por estudantes. Foto: Reprodução
Oficio de chantagem encaminhado aos estudantes. Foto: Reprodução.

A UFOP arcava com os custos de energia da vila universitária desde sua criação em 2017 até agosto de 2022, no entanto devido à falta de recursos impõe agora cobrança aos estudantes. Segundo Natália de Souza Lisboa, pró-reitora da PRACE em entrevista ao AND, “[..] voltamos a pagar a energia elétrica de todas as casas durante a pandemia, é como se fizéssemos uma troca porque como o R.U. não estava funcionando estava sobrando um valor que possibilitava fazer essa mexida no orçamento, com o retorno das atividades presenciais em março do ano passado, do R.U. e nosso orçamento [ficando] cada vez menor não teve como a gente fazer isso”.

Sede da PRACE, retrato da assistência estudantil no Brasil. Foto: Banco de Dados AND

A UFOP declara ainda que o não pagamento das contas está impedindo o andamento da implementação de energia fotovoltaica na universidade, “A gente tem duas casas que estão pendentes de pagamento e essas duas casas estão impedindo um projeto de suficiência energética e economia da universidade inteira”, afirma a pró-reitora. Os estudantes entrevistados por AND, por meio da lei de acesso à informação, averiguaram que na realidade a universidade possui uma divida no valor de R$227.088,00 com a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) até a presente data, valor incongruente com a divida de apenas duas casas.

Verdadeira dívida da UFOP com a CEMIG. Foto: Reprodução.

Os estudantes já marcaram nova manifestação para a próxima quarta-feira dia 08/03 e afirmam sem pestanejar, “permaneceremos resistindo”.

Estudantes colam cartazes na porta da pró-reitoria. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes fazem agitação no R.U. Foto: Banco de Dados AND
Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: