BA: Trabalhadores denunciam constantes assédios por gigante chinesa em Camaçari

No mês de março, funcionários da empresa Sinoma Wind Power iniciaram uma paralisação em repúdio à casos denunciados de assédio verbal, xenofobia e violações de direitos trabalhistas por parte da multinacional chinesa.

BA: Trabalhadores denunciam constantes assédios por gigante chinesa em Camaçari

No mês de março, funcionários da empresa Sinoma Wind Power iniciaram uma paralisação em repúdio à casos denunciados de assédio verbal, xenofobia e violações de direitos trabalhistas por parte da multinacional chinesa.
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No mês de março, funcionários da empresa Sinoma Wind Power iniciaram uma paralisação em repúdio à casos denunciados de assédio verbal, xenofobia e violações de direitos trabalhistas por parte da multinacional chinesa.

Diversas denúncias foram realizadas contra a gigante do ramo energético, incluindo a exposição de demissões injustas, falta de descanso para o almoço, horários cronometrados para a ida ao banheiro, além de inúmeras ofensas, sejam por xingamentos ou por ações dos patrões chineses. De acordo com os patrões, os “operários locais são lentos” e não se adequam dentro da “agilidade” esperada pela indústria Chinesa. 

A construção da fábrica de hélices para produção de energia eólica, foi acordada entre a gigante multinacional, que é a maior produtora de hélices para esse fim no mundo, e o Governo do Estado da Bahia. O Governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o diretor-geral da Sinoma Blade Li Xinhua se encontraram em abril de 2023 para confirmar o projeto de instalação da fábrica, que já havia sido planejado desde setembro de 2022 em acordos da empresa com a Prefeitura de Camaçari.

Nesses acordos, foram oferecidos um investimento de R$104 milhões e a geração de 2.150 empregos, diretos e indiretos. Em abril desse ano, mesmo após tais denúncias e a paralisação, a empresa foi parabenizada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, quando eles produziram a maior pá eólica do país. 

Na reunião o Diretor de Operações, Pedro Santos, alegou estar feliz em “poder proporcionar à sociedade em volta emprego e mudança no cenário social da cidade”. Em geral, o governo estadual e o município, além da mídia local, se pronunciaram sempre positivamente acerca da instalação da multinacional, como um avanço na “produção eólica.”

Ficam as questões, por que não foi feito um acordo com empresas brasileiras ou iniciativas do setor estatal? Afinal, estes abusos por corporações chinesas não são recentes, com a empresa Discobras Indústria Comércio de Eletroeletrônicos Ltda, localizada também em Camaçari, foi condenada a pagar R$500 mil por “dano moral coletivo e assédio moral no ambiente de trabalho” em 2014.  

A China, que atua como potência social-imperialista no Brasil e no mundo, com operações de mineradoras que destroem o meio natural, saqueiam recursos e exploram o povo brasileiro, tem a Bahia como alvo para a expansão de seus investimentos. Um exemplo disto são obras bilionárias como a construção da Ponte Salvador-Itaparica, sendo bancada por magnatas chineses em um contrato de consórcio lesa-pátria.

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