Argentina: Após reunião com FMI, Milei anuncia corte de subsídios

O presidente Javier Milei anunciou no dia 9 de janeiro um corte nos subsídios de gás para a Argentina. A medida ocorre após reunião com representantes do FMI

Argentina: Após reunião com FMI, Milei anuncia corte de subsídios

O presidente Javier Milei anunciou no dia 9 de janeiro um corte nos subsídios de gás para a Argentina. A medida ocorre após reunião com representantes do FMI
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O presidente Javier Milei anunciou no dia 9 de janeiro um corte nos subsídios de gás para a Argentina. A medida, que ameaça as economias das massas populares do país, foi imposta depois de uma reunião de Milei com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) no dia 8 de janeiro. O encontro ocorreu no contexto da grave crise que assola o país e no alto endividamento que este contraiu com o FMI, sobre o qual Milei solicita que se destrave o valor de 3,28 bilhões de dólares (equivalente a R$ 16 bilhões) em novos empréstimos, em troca da aplicação irrestrita das medidas de austeridade fiscal da instituição financeira imperialista (como parece ser o caso do corte dos subsídios) para a Argentina, e mais empréstimos.

Os subsídios são verbas que o velho Estado destina às empresas de gás para que diminuam o preço cobrado pelo serviço aos consumidores. Hoje, os argentinos pagam em média 0,70 centavos de dólar (equivalente a R$ 3,43) por BTU (unidade de medida de gás natural). No entanto, o custo médio é de 4 dólares (equivalente a R$ 19,60). Com o corte nos subsídios, prevê-se que até o mês de abril o povo arcará com o custo médio total do gás natural, o que levará a um brutal impacto no custo de vida das massas do país, que já enfrenta escassez e alta de preço dos alimentos decorrente da inflação.

“Boas” relações com os imperialistas

A reunião com o FMI foi avaliada pelos auxiliares do presidente fanfarrão como “positiva”. O Ministério da Economia chegou ao cúmulo de afirmar que o encontro sinalizou o aprofundamento das “boas relações” da Argentina com a instituição. 

A declaração beira o absurdo, e é provável que seja respondida com rechaço das massas populares, submetidas há décadas ao esmagamento das dívidas e medidas do FMI. Protestos no país contra os acordos com a instituição são constantes

Hoje, o país está atolado em uma dívida de cerca de 44 bilhões de dólares (equivalente a R$ 215 bilhões), endividamento este em alta medida responsável pela grave crise que assola o país, dado o fato de que os sucessivos gerentes de turno sacrificaram o orçamento do país em detrimento de cumprir com os impagáveis acordos com o fundo imperialista.

A avaliação “positiva” do encontro expressa pelos auxiliares do presidente fanfarrão sinalizam o esperado: o país adotará uma política ainda mais submissa de “austeridade fiscal” para ganhar novos créditos (e portanto, novas dívidas) com o FMI, aprofundando a subjugação nacional ao imperialismo norte-americano. 

Nesse cenário, as certezas são a alta carestia de vida pela qual passarão as massas e a sua decorrente e inevitável explosividade.

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