Imagem de guerrilheiros das FARC. Foto: AFP
Mobilizando o Exército Nacional, a Polícia Nacional, a Aeronáutica e a Marinha, o velho Estado reacionário colombiano assassinou, no dia 25 de fevereiro, 23 guerrilheiros no estado de Arauca. Mais cinco guerrilheiros ficaram feridos. Os combatentes continuavam a luta armada enquanto dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e rechaçavam o farsesco e falido acordo de paz de 2016.
Um dos dirigentes dessa dissidência, a 10° Frente, era Jorge Eliécer Jiménez Martínez, conhecido como “Arturo”. Arturo havia participado da conferência de La Habana, a última mesa de negociações da luta armada do país com as Farc. De acordo com o Ministro da Defesa, Diego Molano, Arturo estava produzindo esforços para “reativar e organizar” as dissidências das Farc, e a 10° Frente, sob o seu comando, havia realizado diversas e variadas ações armadas durante o ano de 2021 e 2022, sendo uma das dissidências mais ativas.
Arturo faz parte de uma série de guerrilheiros e dirigentes das Farc que, diante da capitulação com os acordos de paz, reingressou na luta armada logo depois. O dirigente, nascido em 1968 e ingresso nas Farc aos 17 anos, tinha uma história na luta armada de mais de 30 anos.
Os acordos de paz firmados pela organização em 2016 com o velho estado colombiano lograram trazer, aos ex-guerrilheiros, somente execuções em massa e uma continuação de todos os problemas fundamentais da sociedade colombiana, os quais levaram à fundação das próprias Farc em 1964: o capitalismo burocrático, manifesto na concentração de terra nas mãos dos grandes latifundiários e a exploração sistemática das massas camponesas. Contudo, mesmo antes de entregar as armas, a organização enveredou no caminho do revisionismo armado.
Ataque da Aeronáutica que atingiu o local. Foto: Ministério da Defesa
Ingressos na luta armada aumentam
Sem uma centralização, os guerrilheiros dissidentes somam cerca de 5.200 militantes espalhados por diferentes regiões do país, segundo a Organização Não Governamental Indepaz. A maioria (85%) são novos recrutas que nunca estiveram nas Farc, segundo a mesma fonte. Além disso, entre os anos de 2021-2022, a Colômbia vive a maior atividade da luta armada desde os acordos de paz em 2016.