Impactos do ataque do Irã no Brasil revelam que é preciso endurecer o combate ao Sionismo

Ao invés de uma atitude passiva e de contemporização com sua posição, é preciso condenar a atuação dos sequazes do Estado Sionista.

Impactos do ataque do Irã no Brasil revelam que é preciso endurecer o combate ao Sionismo

Ao invés de uma atitude passiva e de contemporização com sua posição, é preciso condenar a atuação dos sequazes do Estado Sionista.
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O ataque inédito da República do Irã, 12 dias após o atentado sionista contra sua sede diplomática na Síria que deixou três generais iranianos mortos, contra Israel repercutiu também no Brasil.

Na noite de sábado, imediatamente após surgirem as primeiras informações de que o Irã havia iniciado uma operação de legítima defesa através da Operação “Verdadeira Promessa”, o principal órgão da diplomacia brasileira se pronunciou. Em nota, o Itamaraty não citou o direito à autodefesa, expressando que o governo acompanhava “com grave preocupação” os relatos chegados do Oriente Médio – que naquela altura já dava conta dos 350 mísseis e drones lançados contra Israel. A declaração também alertava sobre as hostilidades anteriores contra Cisjordânia, Líbano, Iêmen e Irã. Ele foi duramente criticada pelo embaixador do Estado Sionista de Israel e pelo tentáculo deste, a Confederação Israelita do Brasil (Conib).

Após sofrer pressões dos sionistas, o ministro das Relações Exteriores declarou um dia após o ataque que “o Brasil condena qualquer ato de violência” e apelou ao “entendimento das partes”.

A mudança de posição da diplomacia brasileira é uma concessão condenável aos aliados imediatos do Estado Sionista de Israel. Demonstra que os sionistas têm força em chantagear o governo, que abre mão de enfrentá-los. Inimigos do povo palestino, eles também se articulam com a extrema-direita bolsonarista.

Está na mão do povo brasileiro a tarefa de, com ações de mobilização política, prestar a verdadeira solidariedade aos árabes que se levantam no Oriente Médio e em especial à Resistência Palestina que está derrotando o exército mais poderoso do mundo.

Os limites do governo em relação a Israel

Não foi somente uma alteração no discurso após “um conjunto de fatos novos serem revelados” (como alegou Mauro Vieira). Ainda no sábado a noite já se tinha conhecimento de que se tratava de uma resposta inédita e histórica da República do Irã contra Israel.

O recuo na posição do ministro Mauro Viera foi para atender à pressão sionista que, além de atuarem politicamente, também são contemplados com acordos econômicos e militares: entre vendas destinadas a abastecer o agronegócio com produtos agrícolas (adubos, fertilizantes) e contratos de compra de materiais militares para as Forças Armadas reacionárias, já são mais de R$ 10 bilhões nos últimos 8 anos que foram para o Estado Sionista.

Sionistas insaciáveis

A Conib, que ainda assim, não se mostrou satisfeita e manteve as críticas contra Mauro Vieira, quer que o Brasil mantenha o papel de sabujo imperialista. Os sionistas brasileiros são louvadores da política do alinhamento natural, quase divino/espiritual, com os ianques e com o governo de Netanyahu. Com costas quentes no judiciário reacionário, perseguem covardemente jornalistas que, desde o 7 de outubro de 2023, se dedicam à condenar Israel.

Sua atuação passa, ainda, por articular a extrema-direita brasileira no apoio direto ao genocídio do povo palestino. Com a caravana para Israel, a Conib articula a defesa de Israel com atuações políticas de notórios inimigos dos direitos do povo brasileiro e palestino: os assassinos e terroristas Cláudio Castro e Tarcísio de Freitas, além de Ronaldo Caiado – ambos bolsonaristas que, com exceção de Castro, visitaram Israel.

Se a causa em defesa do sionismo é tão nobre e democrática – como alegam a Conib e seus demais defensores do Estado Sionista de Israel –, por que é que a extrema-direita bolsonarista é quem mais se vincula às ações propostas por essa filial tupiniquim da Haganá?

Ao invés de uma atitude passiva e de contemporização com sua posição, é preciso condenar a atuação dos sequazes do Estado Sionista.

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