Uma grande mobilização tomou conta de Pau D’arco no último dia 3 de fevereiro, quando dezenas de camponeses e apoiadores compareceram a uma audiência pública que trataria da expulsão dos trabalhadores de suas terras. A ameaça em questão foi realizada contra o Acampamento Jane Júlia, situado na retomada da fazenda Santa Lúcia. Ao final da audiência, a expulsão forçada foi suspensa.
Outra ação de despejo noticiada pelo AND ocorreu em junho de 2019 e também não foi efetiva, pois os camponeses bloquearam a rodovia em frente ao Fórum da cidade de Pau D’Arco, resistindo a injustiça acometida.
Atualmente, cerca de 200 famílias residem na área da antiga fazenda Santa Lúcia, localizada em Pau D’arco, estado do Pará, e cultivam a terra há mais de 3 anos. O processo movido pelo latifúndio que se reivindica proprietário coloca em dúvida a origem do título de terra da fazenda. O Instituto de Terras do Pará (Iterpa) indica que um dos títulos que teriam dado origem ao pedido de reintegração está deslocado em outro município chamado Redenção, a quilômetros da área.
Leia mais em: PA: Camponeses de Pau D’Arco resistem à nova ameaça de reintegração de posse
A área em disputa foi onde ocorreu a Chacina de Pau D’arco, como ficou conhecido o crime do velho Estado em combinação com latifundiários que tirou a vida de dez camponeses. Os assassinatos cometidos por cerca de 30 policiais civis e militares, incluindo agentes da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) contou também com a presença de pistoleiros. Durante o processo, promotores revelaram suspeitas de que a ação policial foi encomendada e financiada pela família Babinski.
Camponeses de Pau D’arco resistem à tentativa de expulsão. Foto: CTP