RJ: Professores acompanham estudantes e técnicos e deflagram greve na UFF

Professores deflagraram greve no dia 18/4, somando-se assim aos estudantes e TAEs que já estão em mobilização.

RJ: Professores acompanham estudantes e técnicos e deflagram greve na UFF

Professores deflagraram greve no dia 18/4, somando-se assim aos estudantes e TAEs que já estão em mobilização.
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No dia 18/4, os professores da Universidade Federal Fluminense deflagraram greve, acompanhando a decisão tomada pelos trabalhadores Técnicos-Administrativos da Educação (TAEs) e dos estudantes, que já estavam paralisados.

A greve estudantil segue na Universidade Federal Fluminense (UFF) com intensa mobilização dos estudantes. Após os piquetes feitos pela manhã do dia 15/4, o calendário de lutas proposto pelo comando de greve tomou forma e força ao longo da semana, convocando os estudantes a ocuparem o espaço da universidade em atividades políticas, acadêmicas e culturais.

As ações combativas dos estudantes que começaram ocupando os blocos dos Institutos de Ciências Humanas e Biomédico se alastraram, chegando no Instituto de Artes e Comunicação Social e na Faculdade de Educação. Para além dos piquetes, os estudantes realizaram vigorosas manifestações na frente da reitoria e no centro de Niterói.

Alunos de Pedagogia dão aulas de luta

Assim que deflagrada a greve dos servidores no dia 11 de março, o DAAT (Diretório Acadêmico Anísio Teixeira) vem mobilizando o curso de pedagogia na luta pela recomposição orçamentária nas universidades federais. Desde o dia 18 de abril, foi aprovado em assembleia geral do curso o apoio à greve nacional dos servidores.

As semanas que sucederam foram tomadas por diversas atividades de mobilização e politização no curso, com mesas de debate e assembleias sobre a deflagração da greve estudantil, além da participação nas assembleias da ADUFF e do DCE, nas plenárias dos 3 setores e nos atos pela recomposição orçamentária 3/4 e contra o “Novo” Ensino Médio (9/4). Tanto na assembleia geral dos estudantes do dia 26 de março quanto na do dia 11/4, a posição do Diretório Acadêmico de Pedagogia foi pela urgência da greve estudantil, deflagrada desde então

Na última terça 16/4, foi realizada uma assembleia para a organização dos piquetes, que foram feitos no dia seguinte. Fechado o bloco D, as atividades de greve seguiram com um bate papo com professores da faculdade de educação no pilotis do prédio. Em seguida, iniciou-se a confecção de faixas e cartazes e a concentração para o ato rumo à reitoria, e depois a continuação do ato para o centro de Niterói.

A Executiva Fluminense de Estudantes de Pedagogia esteve presente junto aos demais centros acadêmicos e entidades representantes dos estudantes, entoando palavras de ordem É greve! É greve de ocupação! Nem sucateamento nem privatização!

Reitoria tenta barrar greve

A reitoria da UFF procurou os estudantes para que fosse aberta uma mesa de negociações sobre as pautas da greve, logo foi marcada uma reunião. O vice-reitor, que não explicou em nenhum momento a ausência do reitor, deixou claro logo no início da conversa que não está disposto a atender nenhuma das demandas dos estudantes e rechaçou de pronto todas as demandas colocadas.

Além disso, avisou aos estudantes que suspendeu todas as atividades na reitoria e do Centro de Artes da UFF no dia em que haveria um ato dos estudantes, com a desculpa que os prédios precisariam passar por “reformas pontuais”.

As forças que compõem o DCE a todo momento fizeram coro com o descaso da reitoria, cogitando inclusive já colocar data para o fim da greve mesmo nenhuma demanda dos estudantes tendo sido atendida pela universidade. Posicionando-se ao lado da reitoria, o DCE evitou até mesmo participar das manifestações.

Vitória dos estudantes independentes

Desde o início da greve, estudantes de diversos cursos trabalham para que a ocupação esteja mobilizada a todo o momento, com destaque para os centros acadêmicos independentes. O Diretório Acadêmico de Sociologia (Dasan) realizou no dia 16/4 um cine-debate com o documentário Acabou a paz, isto aqui vai virar o Chile, recordando aspectos das ocupações secundaristas de 2015.

No mesmo dia, o Diretório Acadêmico de Psicologia (DAPSI) realizou também um cine-debate com o filme “Boca de lixo” de Eduardo Coutinho. No dia 18/4, o Centro Acadêmico de Filosofia (CAFIL) organizou uma roda de conversa sobre greve e educação pública com a ex-professora da educação básica Valéria Souza. O cronograma dos estudantes em greve incluiu também uma roda cultural com a presença do coletivo artístico contracorrente e artistas independentes da UFF.

Além das atividades de cultura e debate, foram realizados nesta quarta (17) dois vigorosos atos pelas ruas de Niterói. O primeiro deles foi em direção à reitoria, onde os estudantes panfletaram em frente às portas fechadas da reitoria. A reitoria, em uma postura completamente antidemocrática, inviabilizou qualquer tipo de diálogo que poderia estabelecer com os estudantes em ato. Para além da burocracia universitária, os estudantes enfrentaram também o assédio da PM que posicionou viaturas na porta da reitoria na tentativa de intimidação.

Os estudantes protestaram mesmo assim. Com palavras de ordem de Ir ao combate sem temer! Ousar lutar, ousar vencer! e Só a luta radical que muda a situação! Greve geral de ocupação!, estudantes protestaram em frente a reitoria e marcharam em direção ao centro da cidade.

O Comitê Independente de Lutas da UFF esteve presente com uma faixa onde se podia ler Abaixo os cortes de verbas! Defender a educação pública e gratuita com unhas e dentes!. A manifestação seguiu até o Terminal Rodoviário. 

No dia seguinte, o espírito de combatividade contagiou os estudantes do Instituto de Artes e Comunicação Social, que ocuparam e controlaram todas as entradas do prédio com piquetes. Ao final do dia 18/4, os professores da UFF aderiram à luta atiçada pelos estudantes e servidores durante toda a semana, deliberando pela deflagração da greve docente a partir do dia 29/4.

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